Com o título “Parabéns pra você, Santa Casa de Fortaleza!”, eis artigo de Vladimir Spinelli Chagas. provedor-geral da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza e vice-presidente da Academia Cearense de Administração (ACAD).
Confira:
Em 14 de março de 1861, um sonho acalentado desde 1839 e iniciado em março de 1854 torna-se palpável, com a inauguração do prédio e instalação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, que seria, de fato, implantada cinco dias depois, no Dia de São José, seu Patrono.
Em 1866, a Santa Casa passou a gerir o Cemitério São João Batista, um complexo de enorme riqueza histórica e cultural, que abriga túmulos de grandes vultos cearenses, na política, nas artes, nas ciências.
Durante essa tão profícua vida, a Santa Casa foi responsável por uma empresa funerária, inaugurada em 1876, pela Maternidade Dr. João Moreira e Casa de Saúde Dr. César Cals, ambas de 1928, que já não fazem parte da Irmandade.
Em 1877, a partir da visão de Mordomos da Santa Casa, resolveu-se criar uma unidade especializada em Psiquiatria, denominada de Asilo de Alienados e hoje Hospital São Vicente de Paulo, com atendimento humanizado, integralmente para pacientes SUS.
Em 1937, como forma de trazer novas fontes de recursos para a Santa Casa, foi criado o Pensionato Dr. Eduardo Salgado, hoje Casa de Saúde Dr. Eduardo Salgado, unidade hospitalar em pleno funcionamento e aberta a toda a população.
A Santa Casa foi responsável pela instalação do primeiro aparelho de Raio X, da primeira ala para tuberculosos, do primeiro pronto socorro e ambulatório. Na realidade, dela nasce, de fato, a Medicina cearense, reunindo nomes que fizeram história e são até hoje cultuados.
Fica muito clara a importância da Santa Casa na saúde cearense, quando compulsamos os dados entre 2014 e 2024, com números expressivos como 2,2 milhões de exames e diagnósticos, 116,7 mil cirurgias, 414,9 mil consultas e 46,5 mil internações.
E esses números só não são ainda mais robustos porquanto, nesse intervalo, convivemos com uma pandemia e, no último ano, com a dramática redução de atividades, dadas as dívidas que se acumulam por conta das perdas mensais provocadas pelo subfinanciamento de seus procedimentos: 95% de pacientes SUS e, destes, mais de 70% na deficitária média complexidade.
Vamos continuar salvando vidas? A Santa Casa sabe como.
*Vladimir Spinelli Chagas
Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza
Vice-presidente da Academia Cearense de Administração (ACAD)
vladi.spinelli@gmail.com