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“Paris ou Chaval – A Missão”

Ernesto Antunes é consultor de empresas e administrador. Foto: Arquivo Pessoal

Com o título “Paris ou Chaval – A Missão”, eis artigo de Ernesto Antunes, consultor empresarial do Sebrae e Senai e autor do livro “Empreendedorismo: Causos e Cases de Sucesso”

Confira:

Quem me conhece sabe que, independentemente do objetivo ou missão a ser realizada, a seriedade, compromisso e a responsabilidade são os mesmos, seja em uma viagem de férias ou em uma atividade profissional. Digo isso porque a expectativa que crio com o que vou realizar e encontrar, em qualquer uma das duas ocasiões, mostra que a nosso compromisso com o que realmente traçamos como resultado é um fator preponderante para o sucesso de ambos.

No caso da viagem à Europa, especialmente Paris, nós nos planejamos e nos munimos de todos os documentos necessários para evitar imprevistos em um giro internacional, mesmo que seja de lazer/entretenimento e, ao mesmo tempo, sentimental. Organizamos tudo da melhor maneira possível, buscando otimizar nosso tempo e conhecer o maior número de atrativos turísticos. Entre esses, não poderíamos deixar de fora uma visita à Torre Eiffel e ao Montmartre.

Já na viagem a trabalho, que realizei para a longínqua Chaval, os planos, preparativos e seriedade, se mantiveram constantes. O compromisso assumido como consultor empresarial nos deixa também com grande expectativa sobre o que, realmente, vamos encontrar na empresa-cliente que iremos atender. Os materiais e ferramentas de trabalho, além da estratégia a ser adotada, são
igualmente levados em consideração durante visita à empresa. Até a escolha do transporte, por questões logísticas e de redução de custo e de tempo, sempre é feita com atenção. Viajei durante a madrugada no confortável leito da Expresso Guanabara, chegando ao destino `as 5 horas da manhã, depois de quase oito horas na estrada, percorrendo 400 quilômetros.

A viagem para Paris não foi diferente. Adotei o voo noturno da TAP, com escala em Lisboa, totalizando quase as mesmas oito horas em relação a Chaval, nos mais de 7.000 quilômetros de distância. Na viagem de ônibus, aproveitava os intervalos em pequenas rodoviárias para tomar um café e comer aqueles salgados, com cara de ontem, com o mesmo prazer quando ao “jantar” a
refeição oferecida pela companhia área, com as opções de carne ou massa. Em ambos os casos, como eram viagens feitas à noite, o pós-refeição era seguido de uma boa soneca.

Na TAP, as orientações da aeromoça eram para manter o cinto apertado, enquanto os sinais luminosos estivessem acesos. Na Expresso Guanabara, o motorista logo avisava que os cintos deveriam estar afivelados durante todo o percurso. Ou seja, tanto para Paris quanto para Chaval, a exigência de segurança era a mesma.

Na chegada aos respectivos destinos, sempre há uma dose de apreensão. No caso de chegar a uma grande e turística cidade com mais de dois milhões de habitantes, a preocupação era encontrar os melhores e mais variados meios de transporte para chegar ao hotel, enfrentando a dificuldade de localização e o desafio do idioma. Já na chegada à pequena Chaval, com seus quase 13.000 habitantes, nos deparamos, antes das 5 horas da manhã, com a escuridão e tudo ainda fechado, ouvindo apenas o cantar dos galos. Nesse momento, sem saber o que fazer, aguardamos na praça principal, até as 7 horas quando a empresa a ser visitada abriria.

Ao iniciar a execução e as incursões como turistas, tivemos o primeiro grande impacto: conviver com um frio de 5 graus em Paris, enquanto em Chaval, no final da manhã, teríamos que enfrentar 35 graus. Nenhum dos dois cenários foi, inicialmente, confortável.

Em Paris, entre uma caminhada e outra, ficávamos na expectativa de chegar a a um novo ponto turístico. Ao nos depararmos com a Avenida Champs-Èlysées, pudemos apreciar o belo Arco do Triunfo, em homenagem às conquistas de Napoleão Bonaparte. Já em Chaval, após apresentar orientações e resultados na consultoria realizada, caminhei pela rua principal e me deparei com a bela Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, além da Igreja da Matriz. Nesse momento, buscava um lugar ideal para almoçar.

Falando em almoço, enquanto em Chaval, no mercado público, pedi um suculento e farto carneiro guisado com baião de dois e macaxeira frita, em Paris a comida era sofisticada e servida em pequenas porções, mas muito saborosa…!

Nos diversos contatos que tivemos com as pessoas locais, em Chaval, elas se mostravam satisfeitas em conversar e até nos chamavam de “doutor”. Já em Paris, éramos apenas turistas perdidos e os franceses pouco se importavam com nossa presença. Ao contrário de Chaval, em alguns momentos, éramos vistos como uma espécie de interrupção da rotina deles.

Enfim, ao final da viagem turística a Paris e da realização da atividade profissional em Chaval, constatei que os respectivos objetivos foram alcançados dentro de um planejamento prévio. Conhecemos os atrativos turísticos previstos na capital da França e, no interior do Ceará, tivemos a satisfação de obter os resultados desejados da consultoria de gestão. Como recordações, trouxemos um chaveiro da Torre Eiffel de Paris e, da pequena cidade cearense, uma deliciosa rapadura com coco, depois de cansativas escalas em Lisboa (Portugal)e Camocim(Litoral Norte do Ceará), respectivamente.

Em ambos os casos, a missão foi cumprida.

*Ernesto Antunes

Consultor empresarial do Sebrae e Senai e autor do livro “Empreendedorismo: Causos e Cases de Sucesso”.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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