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“Partido do Custo de Vida”

Maurício Filizola é empresário e diretor do Sincofarma/CE

“É o bom e velho custo de vida quem manda na bagaça eleitoral”, aponta o empresário Maurício Filizola.

Confira:

Os dois principais fatos campeões de audiência da semana foram a harmonização facial do cantor Ximbinha e a vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Como há quem diga que Ximbinha ficou ainda mais feio do que era, e como é a eleição norte-americana que influencia o rumo das coisas no mundo, de Itapipoca a Xangai, é dela que vamos tratar neste nosso leriado quinzenal.

Muitas teorias justificando a vitória de Trump foram defendidas nas principais rodas de dominó de Fortaleza. Uns diziam que as pautas da Direita, como a tolerância zero com os imigrantes e o fim do direito ao aborto, engajam mais que as da Esquerda, na atual sociedade conectada. Outros alegavam que a vitória republicana foi uma resposta ao apoio do presidente Biden à Ucrânia, na guerra contra a Rússia, e a Israel, nas ações militares em Gaza. E há, ainda, os que argumentaram que a troca de candidatos democratas, no meio da campanha, foi determinante para a derrota deles. Será? Talvez sim. Talvez não. Ou talvez não somente isso. 

O cientista político brasileiro, Alberto Carlos Almeida, em seu livro A Mão e a Luva: o que elege um presidente, fez um estudo das eleições brasileiras desde a reabertura democrática e comprovou que todos os presidentes que conseguiram a estabilidade econômica no país, ou seja, que domaram os preços, ou se reelegeram ou fizeram seus sucessores, o que denota que, quando o povo consegue comer, aumentar o consumo, resistir à carestia, ele premia o governante com o voto. Quando não, ele o pune nas urnas.

Convenhamos: Kamala fez de tudo para derrotar Trump. Atacou-o em seus pontos vulneráveis. Encurralou-o nos debates e levou até o sumido Bruce Springsteen e a diva pop Beyoncé para os comícios. Contudo, a instabilidade econômica do governo Biden, que, ao aumentar os juros para reduzir a inflação, também aumentou o custo do crédito e das hipotecas, trouxe descontentamento entre os consumidores, que estavam acostumados a conviver com inflação e taxas de juros baixas. E, também nos States, como aqui, no Brasil, a estabilidade política come na mão da estabilidade financeira.  

A prova disso é que, no início de outubro, uma pesquisa do Instituto Gallup indicava que 90% dos entrevistados apontavam que a economia era “extremamente importante” ou “muito importante” na hora de decidir o seu voto. E que 54% dos eleitores americanos acreditavam que Trump poderia lidar com isso melhor do que Kamala.

Moral da história: enquanto muitos apostam na sofisticação das campanhas políticas, com militância digital, inteligência artificial, fake news e o diabo a quatro, é o bom e velho custo de vida quem manda na bagaça eleitoral.

E o termômetro da urna continua sendo o bolso

Maurício Filizola é empresário

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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