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“Passagem da Coluna Prestes em Crateús completa 99 anos”

Silvania Claudino é editora do Jornal O Sertanejo

Com o título “Passagem da Coluna Prestes em Crateús completa 99 anos”, eis o que escreve Silvania Claudino, editora do jornal O Sertanejo, de Cratéus.

Confira:

O dia 15 de janeiro é bastante significativo para a história de Crateús. A data marca a passagem da Coluna Prestes na cidade, em 1926. É a cidade cearense onde o fato mais relevante da Coluna Prestes aconteceu: Crateús é a única cidade do país em que houve confronto e mortes por ocasião da passagem do Movimento liderado por Luís Carlos Prestes, ocorrido no Brasil entre 1925 e 1927. Cabo Antonino Cabeleira e Tenente Tarquínio, membros do grupo, estão sepultados na cidade, em local conhecido como “Cemitério dos Revoltosos”.

A Coluna Prestes foi um movimento que surgiu a partir do tenentismo. Militares brasileiros rebelaram-se e iniciaram uma marcha pelo interior do país durante dois anos. Ao longo de sua trajetória, os membros da Coluna percorreram mais de 25 mil quilômetros em protesto contra os governos vigentes.

A recepção dos membros da Coluna Prestes nas cidades do interior em que passavam era diversa. Enquanto em alguns locais eles eram recebidos como heróis salvadores pela população; em outros, eram recebidos de maneira fria e desconfiada por causa das ações que realizavam.

Em Crateús houve combate em vários pontos da cidade, conforme historiadores, entre membros do grupo e as forças legalistas da cidade. Um deles é o prédio da Estação Ferroviária (RFFSA), na Praça Gentil Cardoso. Ali, segundo o historiador Flávio Machado, é um dos principais pontos. “Alguns desses locais chegaram a ser dominados pelo grupo de Prestes, como o prédio da Estação. Eles se apoderaram e iam tomar outros locais. Crateús foi a única cidade que houve confronto”, destaca Machado. Na Igreja matriz e na Rua Padre Macedo (“rua da pimenta”) houveram os maiores confrontos e mortes dos militares.

Um monumento, inclusive, foi construído na referida praça, como forma de registro histórico e cultural. A inauguração ocorreu em 14 de janeiro de 2006, marcando os 80 anos do episódio. O monumento de 13,5 metros é de autoria de Oscar Niemeyer. O arquiteto criou e disponibilizou o projeto para os municípios pelos quais a coluna passou. No Ceará, com iniciativa da Comissão de Anistia e recursos do governo do Estado, o marco foi erguido. Este é o quarto no País.

Crateús é a única cidade do interior do Nordeste a ter uma obra do maior arquiteto da história do Brasil: Oscar Niemeyer.

Raimundo Soares de Sousa, artista plástico crateuense, fez uma escultura em homenagem ao centenário da passagem da Coluna Prestes em Crateús, que ocorrerá em 1926. A intenção é que peça produzida pelo artista seja colocada no cemitério dos revoltosos. “O ideal seria construir aqui um Centro Cultural contando a história do conflito que houve em Crateús”, aponta Raimundo.

*Silvania Claudino

Editora do Jornal O Sertanejo
www.osertanejoonline.com

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