“Esse discurso que eu vejo hoje, quanto à prisão ou à não prisão (do deputado Chiquinho Brazão), no passado estavam invertidos os pólos de poder do país (prisão de Lula). Estavam invertidos também os pólos de defesa do que era constitucional, do que não era constitucional”.
O parecer é do deputado cearense Danilo Forte (União Brasil), nesta quarta-feira (10), na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, ao justificar o voto pela não manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, que resultou também na morte de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Ao falar em nome da bancada do União Brasil, Danilo Forte reconheceu que é um “momento difícil para o parlamento brasileiro, de coragem e de afirmação. Falo com muita tranquilidade em dizer que votei contra a prisão do deputado Chiquinho Brazão”.
Danilo Forte citou o caso do ex-deputado federal Daniel Silveira, quando o parlamento teria se fragilizado, junto à opinião pública, após ceder à manutenção da prisão.
“Quem soltou foi o mesmo quem prendeu”, atentou o parlamentar cearense, sem citar o ministro Alexandre de Moraes, que também determinou a prisão de Chiquinho Brazão, referendada em seguida pela Primeira Turma do STF. Danilo Forte omitiu, ainda, que Silveira segue preso e que Moraes negou o benefício do regime semiaberto, na última terça-feira (3).
“A cada brecha que se abre, mais à frente o Congresso Nacional paga uma conta muito mais cara”, apontou Forte.