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“Pedi à esposa uma chance para Idilvan”

Nicolau Araújo é jornalista

“Ausência da professora deixou de ser exceção para literalmente virar regra, quando a turma do primeiro ano da tarde passou todo o segundo semestre de 2024 sem professora de matemática”, aponta o jornalista Nicolau Araújo

Confira:

Difícil convencer a quem cursou o ensino fundamental em escola pública, em um distrito de Jaguaribe, que há futuro no aprendizado em qualquer rede de ensino municipal, mesmo que seja em Fortaleza. Principalmente quando os gêmeos são crias do sistema educacional da então gestão Sarto.

Ausência da professora deixou de ser exceção para literalmente virar regra, quando a turma do primeiro ano da tarde passou todo o segundo semestre de 2024 sem professora de matemática. As aulas eram substituídas por recreações ou cineminhas em sala. Ao final do ano, creiam, houve prova de matemática. Pior foi ver o prefeito Sarto no horário eleitoral falar que Fortaleza tinha a melhor educação do Brasil.

Os recreios eram um deus-nos-acuda para as crianças menores, diante dos esbarrões de pré-adolescentes em alunos de seis anos de idade, em corridas desenfreadas. O parquinho era uma devastação só, com todos os brinquedos destruídos e sem tratamento da areia, que servia de banheiro para inúmeros gatos.

Me ofereci para entreter as crianças, duas vezes na semana, em aulas de xadrez, gratuitamente, após o prefeito Sarto garantir a compra das peças por meio do programa “Clube de Xadrez”. Era mais um golpe contra a educação em Fortaleza. A recomendação era que as escolas não solicitassem a verba para a aquisição das peças. Qual escola municipal aderiu ao programa? O próprio Blog do Eliomar mostrou em matéria, publicada em dezembro de 2022, a inviabilidade do programa, diante da sua má formulação, da não capacitação dos instrutores, da pouca verba e do processo de licitação para a aquisição das peças, caso de fato o grande número de escolas aderisse ao Clube de Xadrez.

No final do ano passado, a mãe dos gêmeos desistira da educação pública de Fortaleza e passou a procurar escolas particulares. Foi então que o prefeito eleito Evandro Leitão anunciou para a Secretaria Municipal de Educação o deputado federal Idilvan Alencar, que nunca teve o meu voto, mas o respeito por sua trajetória como político e agente na educação pública, inclusive adjunto da professora Izolda Cela na Secretaria da Educação do Ceará e, posteriormente, titular da pasta.

A mãe dos gêmeos, que já conhecia o trabalho do então presidente da Alece, Evandro Leitão, voltado para crianças autistas (o gêmeo é diagnosticado no nível 1), passou a pesquisar o compromisso de Idilvan com a educação.

Nesses primeiros dias de 2025, a escola se apresentou limpa como nunca antes, embora ainda não houvesse tempo para solucionar o problema da constante falta d’água, assim como os brinquedos quebrados, mas agora sem riscos para as crianças.

A esposa disse que o novo secretário mostrou iniciativa e boa vontade para com as crianças, pois a falta de estrutura de sua então escola no distrito de Jaguaribe, quando tinha que caminhar por mais de um quilômetro para subir no pau-de-arara que levava os alunos para a sede, era uma lição que nenhuma escola ensinava. Era uma lição de vida, que não mostra como deveria proceder um bom gestor, mas facilmente identifica um mau gestor.

E, nessa prova, Idilvan passou…

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

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