“O Holocausto de judeus, promovido pela Alemanha nazista, não foi uma resposta da Alemanha a ataque de judeus, mas limpeza étnica da mente perversa e doentia de Hitler, que os perseguiu e caçou em toda a Europa”, aponta a socióloga Fátima Vilanova. Confira:
A fala de Lula comparando a ação de Israel contra terroristas do Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto de judeus, na Segunda Guerra Mundial, segue estarrecendo o mundo democrático. Lula e seus seguidores sustentam que a guerra de Israel é contra o povo palestino, contra mulheres e crianças. Eles esquecem os promotores deste conflito, o Hamas, que faz de seu povo, os palestinos, escudos humanos. Lula e PT usam desta retórica ideológica, na contramão da paz, incitando outra guerra nas redes sociais, a da desinformação e do preconceito.
O Holocausto de judeus, promovido pela Alemanha nazista, não foi uma resposta da Alemanha a ataque de judeus, mas limpeza étnica da mente perversa e doentia de Hitler, que os perseguiu e caçou em toda a Europa, exterminando seis milhões. Este evento abominável não pode ser comparado com o que ocorre em Gaza. Nenhum país inimigo de Israel aplaudiu Lula em sua comparação desastrosa. Só o Hamas enalteceu a fala de Lula. Todos repudiamos as atrocidades cometidas pelos dois lados do conflito, e defendemos a paz entre judeus e palestinos, com criação de dois Estados convivendo pacificamente.
O comportamento de Lula no palco do mundo é coerente com sua miopia ideológica. Lula nunca está do lado de países que se opõem a governos autoritários, em defesa de direitos humanos, como no caso da morte de opositor russo, Alexei Navalny, morto na prisão em circunstâncias consideradas mais que suspeitas por todos. Ao contrário, Lula saiu em defesa de Putin, creditando-lhe confiança, sem lembrar-se de apoiar a família, que luta pela entrega do corpo para sepultamento e desvendamento das causas da morte.
Lula fecha os olhos contra a crueldade do Hamas e de Putin. Não condena a Rússia pela invasão da Ucrânia, mas os países que saíram em sua defesa, os EUA e a Europa, que ele responsabiliza pela continuidade da guerra. Lula, à frente da presidência do Brasil, continua sua cruzada discursiva contra o inimigo imaginário de sempre, os EUA, e o ocidente democrático, confrontando-os, em todas as oportunidades de encontros internacionais, em suas falas de improviso.
Os alvos da guerra de Israel na Faixa de Gaza não são os palestinos, mas o Hamas, que se mistura aos civis, inclusive em subterrâneos de hospitais e escolas, por onde tem acesso ao emaranhado de túneis, onde se escondem. Os terroristas do Hamas deveriam também ter sido questionados por Lula pela falta de consciência deles, por estarem impingindo tantas mortes, tanto sofrimento aos palestinos, em resposta ao ataque que fizeram a Israel em 7 de outubro de 2023. Peça, Lula, que o Hamas baixe as armas, entregue os sequestrados, pondo fim à guerra. E peça desculpas, Lula, ao povo judeu por sua comparação infeliz.
Fátima Vilanova é doutora em Sociologia