“O mundo dá sinais claros de sua falência. Seja no meio ambiente, seja no caráter humano”, aponta o jornalista Paulo Nóbrega.
Confira:
Os considerados “homens de verdade” de hoje são os defensores das causas erradas, vazias, são aqueles que agridem em grupo e usam da violência pegando as vítimas de surpresa.
Os ícones de hoje são os que têm maior número de seguidores, num metaverso contínuo afastado da vida real, não importando qual discurso adotem ou qual bandeira defendam.
A grande “referência” do futebol por aqui é alguém que abusa da estupidez, da arrogância, da falta de zelo ao próprio futebol, numa infeliz celebração do ter, do ostentar, do humilhar.
As “estrelas” da música de hoje são aquelas que sobem ao palco para fazer tudo, menos música que toque a alma, que fale ao coração com propriedade, emoção e talento.
Acompanhamos hoje uma legião de fãs de mal feitores, de “pobres milionários” acostumados ao enriquecimento ilícito, à manipulação de mentes fracas e desprovidas de essência.
Assistimos da poltrona aos massacres de inocentes, obrigados a fugir sem nada, a fugir de seus lares, de suas origens. Guerras em nome de Deus, de religiões, numa cruel incoerência desnuda de fé.
O mundo dá sinais claros de sua falência. Seja no meio ambiente, seja no caráter humano.
Parece não haver lugar hoje para o natural, o genuíno, o correto, o ético, o que vem da alma, o que vem de quem não tem posses, nem poses, nem posts.
Não, definitivamente não vivo o tempo certo.
Paulo Nóbrega é jornalista