Tacinga mirim é o nome de uma nova espécie de cacto, que foi descoberta por pesquisadores no sertão cearense. Marcelo Teles, biólogo e professor do campus de Fortaleza, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), integrou a expedição que primeiro localizou a cactácea em Santa Quitéria (Zona Norte) e, anos depois, confirmou sua presença também em Canindé, Catunda e Sobral.
Segundo o professor Marcelo Teles, a nova espécie foi nomeada Tacinga mirim, em homenagem aos povos originários. Em nheengatu (tupi moderno), o epíteto mirim significa pequeno, servindo como diminutivo. O termo faz alusão às suas dimensões reduzidas quando comparadas às da Tacinga palmadora. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Biologia do Departamento de Educação (DEDUC), no âmbito do Programa de Pós-graduação em Tecnologia e Gestão Ambiental (PGTGA) do IFCE – campus de Fortaleza.
Tacinga mirim
O cacto cearense passou por uma análise de características botânicas para comparação com as da já conhecida espécie Tacinga palmadora, com a qual vinha sendo confundido. Entre outros pontos, o pesquisador Marcelo Teles observou a altura das plantas, o tamanho e a forma dos segmentos do caule, a quantidade e o tamanho dos espinhos, o tamanho, a cor e a quantidade das flores, o tamanho e a cor dos frutos. E, para não restar nenhuma dúvida, foi feita uma comparação de cariótipo (DNA).
As análises cromossômicas foram feitas pela pesquisadora Lânia Isis Ferreira Alves, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que é co-autora da publicação que apresenta a nova espécie à ciência.
Ameaça de extinção
Apesar de só ter sido identificada agora pelos pesquisadores, a Tacinga mirim já corre risco de extinção. De acordo com Marcelo Teles, ela atende a vários critérios da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN) para classificar espécies ameaçadas de extinção.
“É um número pequeno de populações aqui nessa região do sertão de Canindé e Santa Quitéria; a extensão geográfica que essas populações ocupam é uma área muito reduzida; a contagem de indivíduos é relativamente baixa também. E existe um histórico de perda de hábitat. Essa região tem sido muito desmatada, com uso predatório dos recursos, com agricultura e pecuária intensivas. São áreas que têm alguns pontos de desertificação, inclusive. Esses são alguns exemplos das ameaças”, detalha o pesquisador.
*Clique para maiores detalhes aqui.
(Agência IFCE)