Com o título “Pesquisas eleitorais mostram dura realidade aos adversários do Governo Federal”, eis a coluna “Fora ds 4 Linhas” desta segunda-feira, assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos.
Confira:
Quem acompanha eleição há mais tempo, com certeza conhece situações em que o pleito foi decidido ou nos últimos dias ou até mesmo nas últimas horas. O próprio Jair Bolsonaro credita a sua derrota para Lula ao episódio envolvendo a deputada Carla Zambelli , que saiu correndo armada pelas ruas de São Paulo, no dia anterior ao pleito. Nesse sentido, antecipar resultado eleitoral ou candidaturas, funciona ou como estratégia para testar nomes, ou pode muito bem representar um erro com consequências desastrosas.
Assim, quando o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou em janeiro deste ano que Lula perderia a eleição se o pleito fosse naquele momento, pode ter incorrido em um desses graves erros de antecipação de campanha. Provou-se depois, mesmo com uma série de pesquisas atestando a queda de popularidade do atual presidente, que este ainda ganharia de todos os candidatos postos hoje. Ressalte-se ainda, que o seu maior concorrente está inelegível.
Com a fala, Kassab antecipou a campanha e deu a Lula todo o tempo do mundo para promover uma correção dos rumos do seu governo, faltando quase dois anos para o pleito. Quem conhece Lula, sabe que trata-se de expert em politica, e não pode ser menosprezado com a máquina e o tempo a seu favor. Por outro lado, as pesquisas têm mostrado que os candidatos anti Lula até agora lançados, não possuem cacife pessoal, nem autonomia para tocarem uma disputa sem o carimbo bolsonarista na testa. E com a polarização existente, isso conta muito.
Os que acham, por exemplo, que a gestão de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, apesar da sua boa avaliação, o credenciam a vencer Lula, desconhecem que governar o maior estado do país nunca foi garantia de bom resultado nacional. Basta para isso, ver o que aconteceu com Alckmin e Serra, nos tempos áureos do PSDB, quando excelentes governadores, perderam para o PT. Inclua-se também Aécio Neves e todo o apoio recebido da elite, mas que mesmo assim, não foi páreo para Dilma.
Destaque-se que tanto os paulistas como o governador mineiro, tinham vida própria e serviço para mostrar, ao contrário dos nomes da direita hoje, que além de não terem, carregam nas costas o bolsonarismo e todas as suas mazelas. No caso de São Paulo, Tarcísio, eleito com a promessa de melhorar a segurança no Estado, ainda enfrenta na pele o desastre que tem sido a condução de sua política de segurança, o que lhe tira o discurso de campanha em termos nacionais.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista e titular da coluna “Fora das 4 Linhas”, no Blogdoeliomar.