Nesta quarta-feira, policiais federais do Ceará, com apoio da PF do Maranhão, realizam a Operação Eurocyber. O objetivo é aprofundar as investigações relacionadas ao núcleo técnico da organização criminosa transnacional investigada na Operação Eurogolpes, deflagrada em junho de 2024.
Na operação desta manhã, segundo a assessoria de imprensa da PF do Ceará, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Imperatriz/MA e Sítio Novo/MA. A ação teve como foco principal a apreensão de dispositivos eletrônicos, mídias, computadores, hardwallets, valores em espécie, documentos e bens de alto valor que possam ter sido adquiridos com recursos oriundos das fraudes.
A investigação teve início a partir de comunicações realizadas por organismos de segurança e instituições bancárias europeias (EUROPOL PORTUGAL/ESPANHA), encaminhadas à Polícia Federal por meio de cooperação policial internacional. As comunicações relatavam ataques cibernéticos voltados ao comprometimento de contas bancárias, mediante a utilização de páginas falsas e técnicas de engenharia social, com movimentações suspeitas no território brasileiro.
O prejuízo total das fraudes investigadas supera os € 7 milhões, valor equivalente a mais de R$ 35 milhões, com foco principal em contas bancárias de clientes em Portugal e Espanha.
Investigação
O aprofundamento das investigações permitiu a identificação de um novo alvo estratégico: o operador técnico do esquema. Ele é apontado como o responsável pelo desenvolvimento das ferramentas de fraude, incluindo páginas de phishing e sistemas para coleta de dados bancários e pessoais de vítimas, além da comercialização de tais informações sensíveis.
O investigado mantinha comunicação direta com o núcleo financeiro da organização e recebia pagamentos pelas atividades por meio de contas bancárias e criptoativos, utilizando-se inclusive de pessoa jurídica vinculada à sua titularidade.
Os materiais apreendidos serão submetidos à análise técnica, com o objetivo de fechar completamente os dados da investigação inicial, mas podendo ainda identificar outros envolvidos e delimitar o alcance da atuação criminosa.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa transnacional, além de possíveis delitos de estelionato eletrônico ou furto mediante fraude, a depender da consolidação dos elementos probatórios. As penas somadas podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
DETALHE – As diligências seguem em curso com a cooperação entre unidades da Polícia Federal no Ceará e Maranhão.