Com o título “Piora imagem de EUA e Israel na sociedade brasileira”, eis a coluna “Fora das4 Linhas”, assinada nesta quinta-feira pelo jornalista Luiz Henrique Campos. “O que fica claro é que o efeito da polarização política no Brasil ampliou o espectro da disseminação de discursos de ódio e da mentira, com os reflexos disso tendendo a se agravar para outros campos com riscos incalculáveis. O mais grave é que as consequências disso devem se estender por gerações”, expõe o colunista.
Confira:
A percepção dos brasileiros em relação à imagem dos Estados Unidos e de Israel piorou, neste ano, de acordo com pesquisa Quaest divulgada nesta semana. De acordo com o levantamento, no que diz respeito aos EUA, a positiva caiu de 58% para 44%, enquanto a percepção negativa subiu de 24% para 48%. Já a percepção positiva sobre Israel caiu de 39% para 35% e a negativa subiu de 41% para 50%.
A pesquisa indica também que, quanto à China, a imagem positiva do brasileiro subiu de 38% para 49% e a negativa caiu de 41% para 37%.
É importante notar que o levantamento pega todos os fatos recentes envolvendo o tarifaço americano, as maluquices de Donald Trump e as ações militares de Israel na Faixa de Gaza, com mortes de civis, incluindo mulheres e crianças. A Quaest ouviu 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto e a pesquisa anteriormente sobre essas percepções havia sido realizada em fevereiro.
Percebe-se, também, na pesquisa uma divisão clara de posicionamentos polarizados na sociedade brasileira, pois segundo a Quaest, enquanto os EUA são fortemente apoiados por eleitores do ex-presidente Bolsonaro, há, por parte de quem se identifica com Lula, uma maior rejeição. O fato é que, mesmo diante da polarização, as imagens de Israel e EUA nunca foram tão mal vistas por brasileiros como agora, indicando que, talvez, leve tempo para que esses dois países possam vir a recuperá-las entre nós.
O que fica claro é que o efeito da polarização política no Brasil ampliou o espectro da disseminação de discursos de ódio e da mentira, com os reflexos disso tendendo a se agravar para outros campos com riscos incalculáveis.
O mais grave é que as consequências disso devem se estender por gerações.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista e titular da coluna “Fora das 4 Linhas”, do Blogdoeliomar.
