Um sargento, um cabo e dois soldados da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foram condenados a penas que variam de 36 anos a 40 anos de prisão pelo assassinato por execução do frentista João Paulo de Sousa Rodrigues, além de tortura e formação de quadrilha.
O julgamento no Fórum Clóvis Beviláqua ocorreu nove anos após o crime e durou dois dias, com pronunciamento da sentença na madrugada desta quarta-feira (8).
O sargento da reserva Haroldo Cardoso da Silva, com pena de 40 anos e nove meses, o cabo Francisco Wanderley Alves da Silva e os soldados Antônio Ferreira Barbosa Júnior e Elidson Temóteo Valentim, com iguais penas de 36 anos e um mês, também foram condenados a perda de seus cargos, o que resulta na expulsão dos quadros da PMCE.
O crime
De acordo com o Ministério Público, um empresário teria desconfiado que o frentista estaria passado “a fita” para criminosos, quando o posto de combustíveis de sua propriedade, no Parque Santa Rosa, na Grande Messejana, passou a ser assaltado. A desconfiança do “patrão” era baseada no antigo emprego da vítima, que havia sofrido cinco assaltos.
Segundo ainda a denúncia do Ministério Público, os quatro PMs teriam sido contratados para dar fim à vida do trabalhador. Eles foram flagrados por câmeras de segurança na abordagem ao frentista, quando o trabalhador se dirigia ao posto combustíveis.
O empresário
Ainda sem ser pronunciado, o empresário de 68 anos foi apontado pelo Ministério Público como provável mandante do crime.
O mesmo empresário também teria envolvimento em um duplo homicídio, em 2007, na localidade Poço da Pedra, na zona rural de Boa Viagem, distante 47 quilômetros da sede do município do sertão do Ceará, em um crime de vingança. Uma vítima que sobreviveu o que seria uma chacina, identificou o empresário como um dos atiradores, enquanto os outros homens encapuzados “usavam botas de PM”.