“No olhar dos ditadores, o verso se alonga afoito… e fere e penetra e mata”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves. Confira:
As dores são formidáveis
Como cascos sobre flores,
Como o crepitar do fogo
Queimando o sorrir do povo.
A marca do medo brota
E fere o sonho latino
E multiplica o silêncio
Por entre explosões de olhares.
Enquanto o sol se levanta
Faz frio entre as multidões
E a estridência dos lamentos
Abafa loucas canções.
Ah! cantiga e desespero
De poeta intemporal,
Poema de longo apelo
Como a largueza da vida,
O poeta atira a lágrima,
Vestígio de mito e medo,
O mistério se dissipa
No olhar dos ditadores.
O verso se alonga afoito
E fere e penetra e mata
E o mistério se dissipa
NO TÚMULO DOS DITADORES.
Barros Alves é jornalista e poeta
Ver comentários (1)
Poema incrível. Poderia fazer uma coletânea semanal, com poemas do Poeta e Escritor Barros Alves. Estamos precisando de poemas com essa qualidade e com sentido. Parabéns.