“O presidente Lula precisa acordar, sair do palanque, e ver outra questão que os políticos da direita tanto cobram, com razão: controlar as finanças públicas, zerar o déficit público, e baixar impostos”, aponta a socióloga Fátima Vilanova
Confira:
O Brasil precisa avançar muito. O momento em que vivemos é preocupante. A polarização em torno de dois personagens só faz atrasar o país. Imperam, o discurso de ódio, as fake news, e o Brasil segue com os mesmos problemas de sempre, sem solução. A política transformou-se em emprego, com mandatos obtidos por muitos comprando votos, com desvios de recursos de obras públicas para caixa dois de campanha, e enriquecimento ilícito.
A farra com o dinheiro público acontece em todas as casas legislativas, com as emendas parlamentares milionárias, de uso questionável, vez que o parlamento tem como funções as de fiscalizar os atos do Executivo, aprovar leis, e discutir os problemas da população para encaminhamento de propostas de solução.
Os dois personagens da polarização calam-se sobre a necessidade de extinção das emendas parlamentares, mediante mudança constitucional, sobre as práticas de desvios dos seus próprios integrantes de partido e de partidos aliados, nas administrações públicas, sobre as rachadinhas, sobre compra de votos, sobre as escolhas políticas para os integrantes das cortes superiores e de contas, sobre o loteamento da máquina publica. Estão todos no mesmo barco, com o mesmo objetivo de tirar proveito dos impostos que todos nós pagamos e das funções que assumem.
É nisso que dá ter político de estimação: o abandono do país. O caso mais emblemático é o da insegurança pública. Um dos personagens da polarização prega armar a população, sem nenhum tipo de controle, e o crime organizado se armou com mais facilidade. Esta é a dita extrema direita do ex-presidente. Agora, seus seguidores querem aprovar uma lei definindo as facções e milícias como terroristas, abrindo caminho para intervenção internacional na área da segurança pública. É demais. Já colocaram Trump para destruir a economia brasileira com as sobretaxas aos nossos produtos exportados, e agora, vão lutar por uma invasão, é o que parece, como já é uma ameaça para a Venezuela. O que esperar desta tal direita?
A insegurança pública tem que ser enfrentada com a união de todos, sem partidarismo, ideologia, prevalecendo o interesse coletivo. Governos e sociedade, juntos, articulando esforços, recursos, informações, combate à produção e entrada de armas e drogas que abastecem o crime organizado, e à lavagem de dinheiro constituem o caminho de uma solução sustentável para a segurança pública. Governos municipais, estaduais, e federal e suas instituições precisam trabalhar juntos, aprovando a lei encaminhada pelo governo federal de combate à atuação de organizações criminosas (PL 5582/2025). O Brasil não pode esperar.
O presidente Lula precisa acordar, sair do palanque, e ver outra questão que os políticos da direita tanto cobram, com razão: controlar as finanças públicas, zerar o déficit público, e baixar impostos. Cortar gastos questionáveis dos Três Poderes constitui uma necessidade imperiosa, para a queda dos juros da economia. É preciso fazer isso, antes que a dívida pública afunde o país. E cortar impostos. O controle fiscal e redução de impostos propiciarão dinamismo na economia, com maior oferta de produtos, elevação do consumo, do emprego, da arrecadação, do PIB do país.
Enfim, chega de político de estimação, de disputa vazia entre direita e esquerda. O Brasil precisa de quem tem compromisso com o que faz o país avançar, cobrando de todos os representantes, seriedade com seus mandatos, e mudanças profundas no enfrentamento das mazelas que tornam a política para lá de desacreditada.
Fátima Vilanova é Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e autora do livro: “Está tudo errado…” (Disponível na Amazon)
Você pode me acompanhar no YouTube, no programa Democracia Radical, nos perfis: @fatimavilanova, @josemariaphilomeno
Ver comentários (4)
Excelente texto.
Obrigada! Abraço.
Maravilhoso! Uma aula sobre política
Obrigada! Abraço