O prefeito reeleito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo, o Braguinha (PSB), segue preso por força de mandado judicial, após passar por audiência de custódia, nesta quinta-feira (2). Ele é acusado de envolvimento com facção criminosa, o que teria influenciado no resultado das urnas de outubro último, diante da ameaça de criminosos a eleitores.
Braguinha foi preso em uma operação conjunta da Polícia Federal com a Polícia Civil do Ceará, em cumprimento de mandado expedido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). A prisão ocorreu antes da cerimônia de posse, na Câmara Municipal de Santa Quitéria, no Sertão Cearense, a 222 quilômetros de Fortaleza.
Sem prefeito no município e sem vice para assumir o cargo, pois não chegou a tomar posse, a gestão de Santa Quitéria está entregue ao presidente do Legislativo Municipal, Joel Barroso (PSB), filho de Braguinha.
Uma outra pessoa foi presa no mesmo mandado judicial em desfavor de Braguinha. mas o nome não foi divulgado.
Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira, o TRE-CE disse que “determinou, no dia 31 de dezembro, as prisões de oito pessoas, com base nos pedidos realizados pela Polícia Federal e a Polícia Civil do Ceará, bem como autorizou a realização de busca e apreensão, além do afastamento de investigado”.
Segue a nota:
A presidência do TRE-CE, em decisão fundamentada de 38 páginas, deferiu os pedidos, considerando existirem provas e fortes indícios de crimes – ocorridos durante as eleições 2024 em Santa Quitéria – como ameaças diretas a eleitores; pichações ameaçadoras; cancelamento de comícios e eventos de campanha; expulsão de opositores do prefeito reeleito e outras intimidações com fins eleitorais, como represálias violentas contra quem não apoiasse os candidatos do grupo.
Entre os investigados, estão o prefeito reeleito José Braga Barrozo, o “Braguinha” e a candidata a vereadora, Kylvia Maria de Lima Oliveira, que teria o papel de articuladora junto a organização criminosa. Ambos, presos nessa quarta-feira (01), seriam os principais beneficiários das ações criminosas e seriam coautores dos crimes, segundo indícios coletados pela investigação.
A decisão judicial destaca que os crimes eleitorais foram acompanhados de graves violações à ordem pública, exigindo medidas rigorosas para garantir a investigação e preservar a integridade do processo eleitoral. Embora não tenha sido pedida a prisão do vice-prefeito, foi solicitado que ele seja impedido de assumir o cargo.
O TRE-CE reitera a necessidade de ações firmes contra crimes eleitorais associados à criminalidade organizada, em defesa da segurança pública, da liberdade do eleitor e da moralidade administrativa.