“Aqui e ali se vê alguma declaração do Papa Francisco arrimada nos sagrados valores do Evangelho. Poucas, é bem verdade. Mas, ainda assim valiosas para o concerto universal do rebanho de Cristo e sua esposa mística, a Igreja”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves. Confira:
Em diversos momentos do seu pontificado o Papa Francisco tem descarrilhado o vagão no qual viajam os chefes da Igreja Católica levando consigo o legado da doutrina que ao longo dos séculos sedimentou conceitos e valores no seio da “Mater et Magistra” de toda a humanidade. É fácil observar que Francisco sofre profunda influência da herética Teologia da Libertação, que para o antecessor dele, Bento XVI, nem teologia é, mas apenas um exercício de sociologia dentro da Igreja, assentado em categorias marxistas de análise do “movimento de Jesus”. Essa condição adquirida por Francisco em razão da própria formação no seminário, em um país da América Latina, repleto de problemas sociais, sintomaticamente pátria do endeusado Che Guevara, símbolo de revolução, faz com que o Sumo Pontífice dê declarações que não se coadunam de forma alguma com a doutrina e o magistério tradicional da Igreja, alinhando-se muito mais com pautas “politicamente corretas”, adotadas pela esquerda internacional, revolucionária, antirreligiosa e, sobretudo, anticristã.
Porém, em meio a esse deslizar politicamente à esquerda da Igreja, aqui e ali se vê alguma declaração do Papa Francisco arrimada nos sagrados valores do Evangelho. Poucas, é bem verdade. Mas, ainda assim valiosas para o concerto universal do rebanho de Cristo e sua esposa mística, a Igreja.
No início do pontificado, Francisco assegurou com correção que a Igreja não deve agir com exagerada ênfase no social, porque os membros do corpo místico de Cristo não são meros assistentes sociais. Não somos um sindicato. A Igreja é um mistério que caminha peregrina neste vale de lágrimas, com fé, na esperança de alcançar a Salvação eterna, graças ao sangue derramado pelo Cordeiro de Deus. Repito com o Papa Francisco: a Igreja não é um sindicato nem uma ONG que foca sua ação em prestar assistência social. Todavia, é assim que tem-se comportado vários segmentos da Igreja, em especial aqueles que se pautam pela Teologia da Libertação.
Noutro momento o Pontífice teceu severas críticas aos desvios sexuais cometidos por membros da própria Igreja, afirmando com todas as letras, em linguagem popular, haver “viadagem” demais no mundo e dentro da Igreja. Aí a comunidade LGBTQIAPN+, num abrir e fechar d’olhos, esqueceu os elogios e afagos que fazem ao “Papa da Misericórdia”, o progressista, que tem um política de inclusão de minorias, e usou os meios de comunicação para cobrir o Papa de impropérios. Poucos saíram em defesa do Pontífice, para lembrar às pessoas que a Bíblia Sagrada condena o homossexualismo e outras taras sexuais, com firmeza, sem rodeios. Em especial o Apóstolo São Paulo.
Há cerca de dois dias o Papa Francisco voltou aos trilhos e declarou guerra aos movimentos abortistas ao afirmar que o aborto é um assassinato e que o médico que praticar o aborto é um sicário. O Papa está coberto de razão e falou inspirado pelo Espírito Santo. Porém, imediatamente meio mundo se levantou contra o Francisco, alguns que se dizem católicos, inclusive. O grupo “Católicas pelo direito de decidir”, formado por militantes esquerdistas, pseudo-católicas, saiu a campo para atacar o Papa e condenar suas declarações.
Diante dessas posições, o que se constata é que quando o Papa erra ao se desviar dos históricos ensinamentos da Igreja, os agentes de Satanás aplaudem entusiasticamente; quando o Papa dá declarações consentâneas com doutrina e magistério, a turma que quer um “Papa vermelho” se ouriça, se irrita e parte para o ataque. Para mim, nenhuma surpresa. A ética dos esquerdistas, pseudo-católicos, aliados dos desabridamente anticristãos, é sempre uma ética de ocasião, circunstancial, de acordo com seus interesses fortuitos. Interesses que indiscutivelmente se irmanam com os das potestades infernais e nunca com as promessas de salvação eterna para aqueles que creem no Cristo e observam seus mandamentos.
Barros Alves é jornalista e poeta