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“Quarenta anos de Redemocratização”

Edson Guimarães é especialista em Direito Eleitoral. Foto: Reprodução

Com o título “Quarenta anos de Redemocratização”, eis artigo de Edson Guimarães, advogado e especialista em Direito Eleitoral. “Haveremos de comemorar infinitamente essa conquista do povo brasileiro”, aponta o articulista.

Confira:

Foram comemorados, no último dia 15 de março, os quarenta anos da redemocratização no Brasil, após vinte e um anos de chumbo, período em que as liberdades foram cerceadas em todos os sentidos da convivência humana. Ao longo de duas décadas, a opressão se sobrepôs aos mais sublimes direitos e garantias individuais.

Diretórios acadêmicos foram extintos, sindicatos foram reprimidos, o estado arbitrário interveio abusivamente, prendendo líderes classistas e proibindo greves. A tortura prevalecia de todas as formas, causando dores, sofrimentos e traumas aos que ousavam contestar o regime.

Lideranças e políticos que, com coragem cívica, contestavam o ditador de plantão e seus seguidores eram submetidos à tortura, subtraídos dos seus lares e do ambiente social. Muitos deles, até hoje, desaparecidos sem que suas famílias tenham tido o direito, sequer, de pranteá-los.

A resistência de verdadeiros patriotas ensejou o surgimento do movimento “Diretas Já!”, que clamava pelo direito dos brasileiros elegerem o chefe da Nação. No entanto, por pequena diferença, a emenda constitucional que restabelecia eleições presidenciais diretas não foi aprovada, mas ficou plantada na consciência e na alma do povo brasileiro a necessidade de mudanças urgentes.

Assim a oposição ao regime totalitário voltou às ruas para defender a necessidade de apresentar ao colégio eleitoral – Congresso Nacional, uma chapa para concorrer com o candidato da ditadura. Em consagradora votação, Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos pelo voto indireto, presidente e vice-presidente, respectivamente.

Quis o destino, no entanto, que Tancredo não chegasse a assumir a Presidência da República em razão de grave enfermidade que o levou à morte (diverticulite). Na ocasião pairou sobre o País a dúvida quanto à possibilidade de posse do vice-presidente, uma vez que o titular do mandato não seria empossado. Sarney era vice de um presidente eleito, mas não investido no cargo.

No entanto, a coragem cívica do “Paladino da Democracia”, o deputdao Ulisses Guimarães, e a de tantos outros defensores intransigentes do estado democrático de direito fez convencer aos que pretendiam prosseguir indevidamente no poder, de que a Nação não toleraria mais um instante de arbítrio.

E assim foi empossado José Sarney que, apesar das dificuldades inerentes às circunstâncias de sua posse, bem conduziu o País na transição democrática que nos trouxe aos dias de liberdade que experimentamos, apesar de tantos desejarem e proclamarem o retrocesso, quando enalteceram o arbítrio, insultaram e agrediram as instituições e o ordenamento jurídico pátrio.

Haveremos de manter o que, com tanto sacrifício, se conquistou: a Democracia.

E haveremos de comemorar, infinitamente, essa conquista do povo brasileiro.

*Édson Guimarães

Advogado e especialista em Direito Eleitoral.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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