“Governos se sucedem, discursos mudam, mas a realidade permanece dura e invariável”, aponta o presidente da Aspramece, P.Queiroz
Confira:
Não há projeto habitacional, não existe tratamento isonômico quando comparados a outros servidores, e as normas que deveriam garantir jornadas equilibradas se transformaram em ficção. Na prática, muitos militares trabalham duas ou três vezes mais do que o previsto, presos a escalas exaustivas que violam qualquer noção moderna de direitos sociais.
A situação é tão desumana que, para o Estado, parece que os militares deveriam comer menos ou sobreviver com o mínimo. O auxílio-alimentação, o menor entre todos os trabalhadores do serviço público cearense, mal cobre uma refeição digna durante uma semana — um retrato fiel da negligência institucional.
E enquanto as demandas se acumulam, as famílias que perderam seus entes em combate convivem com a dor, a burocracia e a ausência de políticas reais de amparo. São histórias de vida interrompidas, deixadas à margem do discurso oficial.
As promessas se repetem, governos se sucedem, discursos mudam, mas a realidade permanece dura e invariável. Por isso, a Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (ASPRAMECE) lamenta profundamente o tratamento destinado a quem deveria ser reconhecido como defensor da vida, da ordem e dos direitos que o próprio Estado insiste em negar.
P.Queiroz é presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará (Aspramece)