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“Quem defende a sociedade continua sem direitos no Ceará” – Por P. Queiroz

P. Queiroz é presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará. Foto: Divulgação

“Governos se sucedem, discursos mudam, mas a realidade permanece dura e invariável”, aponta o presidente da Aspramece, P.Queiroz

Confira:

Nesta semana celebramos o Dia Universal dos Direitos Humanos, uma data que deveria reforçar o compromisso do Estado brasileiro com a dignidade, a igualdade e a proteção de todos os cidadãos. No entanto, para os militares do Ceará, esses princípios seguem distantes, quase simbólicos. São profissionais que enfrentam diariamente o crime organizado, defendem a sociedade e sustentam a linha final de proteção da ordem pública — mas continuam excluídos de direitos básicos reconhecidos internacionalmente.

Não há projeto habitacional, não existe tratamento isonômico quando comparados a outros servidores, e as normas que deveriam garantir jornadas equilibradas se transformaram em ficção. Na prática, muitos militares trabalham duas ou três vezes mais do que o previsto, presos a escalas exaustivas que violam qualquer noção moderna de direitos sociais.

A situação é tão desumana que, para o Estado, parece que os militares deveriam comer menos ou sobreviver com o mínimo. O auxílio-alimentação, o menor entre todos os trabalhadores do serviço público cearense, mal cobre uma refeição digna durante uma semana — um retrato fiel da negligência institucional.

E enquanto as demandas se acumulam, as famílias que perderam seus entes em combate convivem com a dor, a burocracia e a ausência de políticas reais de amparo. São histórias de vida interrompidas, deixadas à margem do discurso oficial.

As promessas se repetem, governos se sucedem, discursos mudam, mas a realidade permanece dura e invariável. Por isso, a Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (ASPRAMECE) lamenta profundamente o tratamento destinado a quem deveria ser reconhecido como defensor da vida, da ordem e dos direitos que o próprio Estado insiste em negar.

P.Queiroz é presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará (Aspramece)

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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