No dia em que marca os 489 anos da decapitação do escritor Thomas More, por se recusar a reconhecer o rei Henrique VIII como soberano da Igreja, a loteria Milionária, da Caixa Econômica Federal, traduz neste sábado (6) o sentido da mais importante obra do inglês que virou santo: a utopia, que no dicionário é descrita como algo que parece não ser possível na prática.
A tentadora premiação de R$ 236 milhões também traz a marca de nunca ter se apresentado um ganhador do prêmio principal, desde a criação da Milionária, há mais de dois anos, com 160 sorteios já realizados. A aposta mínima custa 6.
Segundo a Caixa, a probabilidade de acerto do prêmio principal com uma aposta de menor valor é de uma chance em 238 milhões de tentativas, o que corresponderia a mais de 2,3 milhões de anos de repetição dos mesmos seis números e dos mesmos dois trevos, nos dois sorteios semanais.
Separados por quase dois séculos, o matemático inglês Isaac Newton, criador do cálculo, explicaria a utopia de More no baixo volume de apostas na Milionária, atualmente com uma média de 1% do montante necessário para se apresentar uma aposta ganhadora da premiação principal. Na prática, seria como se a Caixa reunisse todos os apostadores, a cada sorteio, e solicitasse um único número de 1 a 100. No dia em que o número coincidisse, haveria de aparecer a primeira aposta vencedora da utópica Milionária.
Quina, Timemania e Mega
Em uma versão mais moderna da literatura, “As mentiras que os homens contam”, de Fernando Veríssimo, a Quina e a Timemania poderão apresentar novos milionários em sorteios nesta noite, com prêmios de R$ 7,2 milhões e R$ 7,5 milhões, respectivamente. Já a tradicional Mega-Sena se encontra menos atraente com seus R$ 3,5 milhões de premiação. Mas “tudo vale a pena se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa)…