A Rede Cuca e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) vão realizar, na próxima quinta-feira, a partir das 18 horas, o pré-lançamento da exposição “Espera”, com fotografias dos alunos do Cuca Jangurussu. A mostra reúne imagens e depoimentos de pessoas que convivem com a dor da ausência e a esperança de encontrar familiares desaparecidos. O evento ocorrerá no Museu da Imagem e do Som (MIS).
Com curadoria do fotógrafo Celso Oliveira e produção de Léo Silva, “Espera” é composta por 30 imagens selecionadas a partir de ensaios realizados por alunos dos cursos de fotografia do Cuca Jangurussu com familiares de pessoas desaparecidas. Os fotógrafos são os jovens Dasha Shannah, Jefferson Moura, Caio Porfirio, Brenda Kelvia, Samara Carvalho, Laiza Lopes, Natã Rocha e Maria Clauziane.
Durante o evento, as imagens da mostra estarão projetadas na fachada do MIS. A exposição oficial será aberta no Cuca Jangurussu, onde ficará em cartaz entre os dias 10 e 20 de dezembro. A ideia é que, a partir de janeiro, a mostra circule por diferentes espaços públicos do Ceará.
“Espera”
“Espera” é resultado de um curso extensivo de “Fotografia Documental”, ofertado pela Rede Cuca em parceria com o CICV, sob orientação do professor Ulisses Narciso. Ao longo de quatro meses, os jovens tiveram aulas expositivas e práticas e participaram de oficinas e encontros para debater sobre temas como proteção de pessoas; mecanismos de busca e localização de pessoas desaparecidas; e comunicação no mundo humanitário, com especialistas da área. Para a captação das imagens, os fotógrafos foram acompanhados pelo CICV para visitar três famílias residentes da Região Metropolitana de Fortaleza que têm casos de familiares desaparecidos.
“A parceria entre a Rede Cuca e o CICV nos alegra. O que a turma de fotografia apresenta nesta exposição vai além da expressão criativa: é um ato de empatia e coragem. Os jovens transformam suas vivências nas periferias de Fortaleza em um instrumento de sensibilização, abordando, através da arte, a dor do desaparecimento de pessoas. As lentes de suas câmeras capturaram – para além das imagens – os olhares e o coração que quem Espera – espera por seus entes queridos, por respostas e por justiça”, diz Mario Gutilla, chefe do escritório do CICV em Fortaleza.
De acordo com o professor Ulisses Narciso, que acompanhou os jovens durante todo o processo formativo, além de fazer uma seleção criteriosa dos jovens que se destacaram nos cursos de fotografia da Rede Cuca, o projeto primou por trabalhar com um material teórico que apresentasse a eles a fotografia documental, com leituras de portfólio de fotógrafos que se destacaram na produção de imagens com grande impacto na sociedade.
“Para os alunos e alunas foi uma verdadeira revelação do quanto a fotografia pode contribuir para um mundo melhor. O curso extensivo como um todo foi muito positivo. A forma como os jovens se portaram, com respeito e muita empatia em relação às famílias, foi exemplar. E o resultado em termos da qualidade das fotografias, do ponto de vista técnico e estético, foi excelente e refletiu tudo o que foi discutido durante os módulos do curso extensivo”, destaca o professor.
SERVIÇO
*Museu da Imagem e do Som – MIS – Avenida Barão de Studart, 410 – Meireles, Fortaleza.