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“Reencarnação e aborto”

Valmir Pontes Filho é jurista, professor e ex-procurador-geral do município de Fortaleza. Foto: Divulgação

“Só se admite a retirada do feto se isto for imprescindível para a mantença da vida da própria mãe”, aponta o advogado Valmir Pontes Filho. Confira:

Mais uma vez verso o tema, sempre alvo de dúvidas e preconceitos, da REENCARNAÇÃO, desta feita por conta de palestras que ouvi (na “Sociedade de Estudos Espíritas Casa de Francisco”) das Sras. Thaylane Cavalcante e Roberta Nunes. Afinal, ela existe mesmo? É necessária?

Vamos partir do pressuposto de que a resposta seja negativa. Daí decorreria a lógica conclusão de que, em um Planeta que tem 4,54 bilhões de anos (um pequeníssimo “ponto azul” num Universo que conta 13,8 bilhões de anos), nossa efêmera vida terrestre (para os longevos, de 90/100 anos) não passa de um piscar de olhos. E, depois dela, vem simplesmente o NADA… “voltamos ao pó” e estamos conversados.

Tudo o que aprendemos (ou não), todas as lições boas (ou más) recolhidas, todos os relacionamentos travados, todos os nossos amores e desamores, tudo teria sido em vão. Ao final, caímos num vazio, numa lacuna espaço-temporal angustiante, sem explicação ou um mero “sinto muito, mas acabou”!

Claro que, para alguns, existe a possibilidade de irmos “direto” para o Céu, numa viagem sem escalas, para “descansar” (até o dia do “juízo final”, que pode demorar séculos e séculos). Além desse “descanso” se tornar tedioso ao extremo, é de se perguntar que méritos adquirimos para sentar “à direita de Deus Pai” e, quiçá, ser apresentado a Seu filho Jesus. Aliás, o sacrifício d’Este da Cruz, há mais de dois mil anos nos “salvou” mesmo de todos os erros (pecados) cometidos daquele momento em diante? Parece-me irrazoável tal absolvição sumária e definitiva, que ocorre, sim, no dia-a-dia, desde que sigamos as lições do Evangelho.

Ou então, à conta dos nossos malfeitos, tenhamos um bilhete expresso para o inferno, em que as labaredas do capeta nos consumirão pela eternidade. Puxa vida, que Deus vingativo esse, que não perdoa nem nos oportuniza o arrependimento! Esse Deus é teu, ateu, como disse o sempre brincalhão Dinho (do “Mamonas Assassinas”).

Ah, mas há a chance de passarmos um tempo no “purgatório”, criado (dogmaticamente) apenas no Século XII d.C., sem considerar sequer o “direito adquirido” pelos que morreram antes disso. Em tal “lugar” permaneceríamos como numa “audiência de custódia” demoradíssima, sem certeza alguma quanto ao que nos está por vir. Que aflição, não é?

Não é assim, todavia. “Ninguém conhecerá o Reino dos Céus se não nascer de novo”, disse Cristo a Nicodemos (a fonte é a Bíblia!). Induvidoso, portanto, que vivemos várias e seguidas encarnações. Na verdade, uma média de 25 encarnações nos últimos 10 mil anos. Alguns puderam ter um pouco mais e outros um pouco menos. Caso forem verdadeiras as informações sobre as vidas de Chico Xavier desde 1490 A.C., chegaremos a 12 encarnações, ou uma encarnação a cada 292 anos.

Sentir-nos-emos, após o desencarne, no Céu ou no “inferno” – que não são “lugares” físicos – de acordo com a nossa consciência, com a nossa paz de espírito do dever cumprido.

Esquecemos das vidas anteriores (ainda bem…) para que nosso livre arbítrio não reste comprometido, de modo tal que, em cada uma possamos resgatar erros do passado e progredir espritualmente (nenhum espírito regride). Pergunto: nenhum dos que me leem jamais teve uma sensação de déjà vu, ou de ter simpatia ou antipatia “gratuita” por alguém que nunca viu antes na vida?

Cada criança a que Deus dá VIDA – e somente Ele pode dá-la ou retirá-la, segundo Seu próprio relógio – vem (melhor dizendo, RETORNA) para o mundo (aqui ou noutra orbe, pois incontáveis são os Universos, as dimensões físicas), com um propósito. Abortar um feto, que desde a concepção EXISTE e tem um laço fluídico com o espírito que nele vai habitar, é interromper – contra a vontade DIVINA – esse inevitável processo reencarnatório evolutivo.

Mesmo que se trate de uma gestação provinda de um estupro, jamais se deve cogitar de assassinar (o nome é este mesmo!) o ser em criação. Só se admite a retirada do feto se isto for imprescindível para a mantença da vida da própria mãe. Abortar um com 12 semanas (segundo o canhestro entendimento de um (des)humano tribunal brasileiro, importa cometer um assassínio.

Mais horrendo ainda seria – a título de “regulamentar” a Lei Penal hoje existente – extirpar a vida de um feto com 9 meses, já pronto e acabado. Inadmissível, moralmente, tal hipótese! A mãe, se é “dona” do próprio corpo (e não é, pois sua vida provém de Deus), definitivamente não o é do corpo do seu filho. Quer-se criar um novo “marco temporal” para a vida? Demais da conta, não se lhes perece?

E para concluir: se o bebê é o resultado de um ato condenável e violento, como o estupro (ou a sedução), ele poderá vir a ser – e provavelmente será – um SER DE LUZ, a dar à mãe alegrias indizíveis.

NÃO AO ABORTO, PORTANTO!

Valmir Pontes Filho é jurista e professor

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