Nesta segunda, no auditório da Cagece, em Juazeiro do Norte, autoridades do Crajubar participaram da Reunião Interinstitucional sobre Incêndios Florestais. O encontro é uma realização do Governo do Estado, por iniciativa e organização da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA). A titular da SEMA, Vilma Freire, abriu o evento, externando sua preocupação “diante do agravamento dos diversos episódios de incêndios florestais registrados em todo o Estado do Ceará, em especial no Cariri. Ela adiantou a intenção da SEMA de incluir planos municipais de combate a incêndios para pontuar no IQM”.
Gustavo Vicentino, secretário executivo de planejamento e gestão interna da SEMA, lembrou que o desafio só será superado “se conseguirmos articular uma ação que envolva os diversos parceiros do poder público – nas esferas municipal, estadual e federal -, do terceiro setor e da iniciativa privada, num grande processo de mobilização social”.
O processo de recrudescimento dos incêndios no Estado tradicionalmente ocorre na segunda metade do ano. A reunião trouxe ao conhecimento de todos, a política do fogo, com discussão, apresentação e debate sobre os caminhos de convivência e mitigação dessas ocorrências em todo território cearense, a partir da definição de competências entre os presentes. Entre os encaminhamentos sugeridos, a SEMA vai traçar um plano de ação de curto prazo com o apoio do Ministério Público, trabalhando – em tempo real – o monitoramento dos pontos de calor, buscando instituir uma sala de situação, bem como ações de educação ambiental que deêm resultados a médio e longo prazo.
Incêndios
No Ceará, foram 2.224 incêndios em vegetação só no interior do Estado. Entre as principais causas estão o uso inadequado pela comunidade do fogo para limpar estrada, queima de uso doméstico e limpeza de terreno para plantação. Entre as sugestões postas pelos participantes, destacam-se: políticas públicas para gestão de risco e desastres, preparando a prevenção, a preparação e a resposta local; estruturar as defesas civis e preparar as guardas municipais e instituir brigadas municipais ou regionais; investir em educação ambiental para a comunidade (principalmente nas escolas); entender o uso do fogo em cada região; apoiar os órgãos estaduais com logística e estrutura vinda dos municípios; instalar a Delegacia de Crimes Ambientais; aproveitar o número de AJAs remanescentes, com preparo e idade adequadas, em um núcleo especializado para combate a incêndios; estabelecer parcerias com órgãos de assistência técnica rural, tais como Embrapa e Ematerce.
Participantes
Estiveram presentes representantes dos órgãos ambientais de Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte; Herlândia Freire, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); o diretor executivo do Geopark Araripe, Nivaldo Soares; e o comandante do Batalhão de Polícia do Meio Ambiente (BPMA), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Tenente Hertz; Gilberto Júnior, gerente geral da CAGECE; Germana Brito, diretora da PEFOCE; Angélica Maria Leite Jorge, gestora das Unidades de Conservação estaduais, Horto do Padre Cícero e Mirante do Caldas; Dágila Ramonita, gestora da Unidade de Conservação Parque Estadual Sítio Fundão; Charmene Rocha, gestora do Complexo Ambiental Mirante do Caldas; Ricardo Borges, gestor do Complexo Ambiental Caminhos do Horto; Cel. Valdyano, do Corpo de Bombeiros de Juazeiro; e Gualberto Barros, do IFCE do Crato.