Com o título “Roleta russa do sexo, o que é isso?” eis artigo de João Teles, professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura.
Um caso, no mínimo inquietante:
“Uma aluna de 13 anos, matriculada em um colégio particular, com mensalidade de R$ 2 mil, engravidou, após participar de uma suposta ‘roleta russa sexual’. O caso veio à tona após a professora Andrea Vermont relatar a situação, no podcast 3 Irmãos e descreveu a dinâmica, da prática.
A unidade de ensino não foi citada, nas diversas matérias, sobre o caso viralizante; apenas se sabe que o contato da professora e psicanalista, que denunciou o caso, é do Estado de Minas Gerais. O caso é muito sério e precisa de uma discussão ativa e responsável, sobre a problemática.
Segundo o relato da doutora em Neurociência, citada: “Os meninos se sentam em várias cadeiras, ficam com ereção e as meninas passam sentando-se (neles)!’, conforme relato, da própria aluna. A docente não citou o nome da escola nem sua localização desta, a fim de preservar a identidade dos envolvidos. A adolescente, em conversa com a docente, confessou não saber a identidade do pai da criança. ‘Engravidei em uma roleta russa, então não sei de quem’, teria dito a jovem. (…).”
Pais distantes, ocupados, assoberbados… filhos sozinhos, nas redes sociais, ou em grupos de adolescentes, de sua idade, etc. Muita desinformação ou informação destorcida… E aí? A quem apelar? Nessas horas, o falso moralismo pode entrar em campo e culpar pais, professores, escola… Mas o problema é mais complicado, do que possam pensar os “juízes”, da Internet ou das esquinas. E tem que ser tratado de forma detida e compromissada.
Nas só a escolas e as famílias devem entrar em campo, mas igrejas e outras entidades que pensam os casos de jovens. É muito importante que isso aconteça. E pra logo!
Os jovens estão precisando de ajuda. Casos, como o narrado aqui, nos deixam uma certeza: a garotada está pedindo socorro. Há gritos e silêncios. E aí, cada um de nós vai apenas julgar a garota, vai culpar pais, escolas e responsáveis, ou vai apontar rumos, fazer algo, para mudar esse quadro tão desafiador e preocupante?
Sei que o tema exige a palavra e a ação de especialistas. De gente que entenda do riscado e possa ajudar os pais, que, muitas vezes, ficam baratinados, sem ação, sem ter o que fazer.
*João Teles de Aguiar
Professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura.