Com o título “Rubem e Piaget”, eis artigo de João Teles de Aguiar, professor, historiador e integrante do Projeto Confraria de Leitura. Ele aborda de Rubem Alves a Piaget e a natureza do aprendizado.
Confira:
Do mestre Rubem Alves, sobre Jean Piaget: “antes de se dedicar aos estudos da Psicologia da Aprendizagem, fazia pesquisas sobre os moluscos, dos lagos da Suíça. Os moluscos são animais fascinantes. Dotados de corpos moles, seriam petiscos deliciosos, para os seres vorazes que habitam as profundezas das águas e há muito teriam desaparecido, se não fossem dotados de uma inteligência extraordinária.”
Quer dizer: os citados animais tem muito a nos ensinar e até ensinar quem ensina, em escolas e na vida.
Alves continua: “Sua inteligência se revela no artifício que inventaram, para não se tornarem comida dos gulosos: constroem conchas duras – e lindas! – que os protegem da fome dos predadores.”
Quantas vezes na vida, temos que apelar, para conchas (escudos), para nos livrar de situações embaraçosas ou mesmo perigosas, que põem nossa vida em risco, né? Quantas vezes não temos que nos precaver, com uma couraça, para nos livrar do mal, muitas vezes arquitetado, por quem tão perto de nós está ou vive?
E Rubens Alves conjectura sobre os estudos de Piajet: “E foi imaginando que pensei que Piaget não mudou o seu foco de interesse. Continuou interessado nos moluscos. Só que passou a concentrar sua atenção em um tipo específico de molusco, chamado ‘homem’.”
Tomara que Piajet tenha nos imaginado moluscos, para nos estudar e nos trazer tanto pensamento positivo no campo de Psicologia da Aprendizado e, por via de consequência, para a Educação. O mestre suíço nos fez muito bem, pensando e escrevendo, para nos subsidiar ontem, hoje a amanhã, certamente; seus estudos falam com nós e pós, desde sempre. E nos dão condição para falar da natureza dos alunos e de suas facilidades e dificuldades.
Na frase “A infância é o tempo de maior criatividade, na vida de um ser humano”. Piajet nos fala da importância do aprendizado, nessa fase da vida do educando, onde ele se solta todo, toma pra si as palavras, o ensinamento de seus mestres e vai além, criando coisas novas, a partir do que viu/experimentou/registrou na mente, criando e não apenas repetindo o que viu, porque é na brincadeira que ele trabalha, produz, cria.
Viva Jean Piaget!
*João Teles de Aguiar
Professor, historiador e integrante do Projeto Confraria de Leitura.
