A dez meses para as eleições de 2024, praticamente todos os municípios brasileiros já definiram seus principais pré-candidatos às prefeituras ou encaminharam o processo de escolhas. Fortaleza é uma das raras cidades de grande porte em que o imbróglio político não permite clareza no quadro eleitoral do próximo ano.
Certa, mesma, só a pré-candidatura de André Fernandes, diante da estratégia nacional do PL em ter candidatos nos grandes colégios eleitorais, como forma de manter vivo o bolsonarismo. Claro, candidaturas leais ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a exemplos de André Fernandes e de Coronel Aginaldo, esse último já anunciado em Caucaia, o segundo maior colégio eleitoral do Ceará.
Já Capitão Wagner, Sarto, Evandro Leitão, Roberto Cláudio e Luizianne Lins são reféns do jogo político a se desenrolar nos próximos meses.
Não esquecemos de Eduardo Girão, que já lançou sua pré-candidatura pelo Novo, mas seguimos tratando das principais pré-candidaturas. Coadjuvante na eleição ao Paço Municipal, Girão aproveitará a disputa por Fortaleza para seu projeto político em 2026, quando deverá concorrer à Câmara Federal ou ainda à reeleição ao Senado, a depender da musculatura política de Cid Gomes. Girão poderá potencializar seu papel de coadjuvante, caso um bom marqueteiro saiba usá-lo como opositor a Evandro Leitão, em uma eventual disputa de dois ex-dirigentes do Leão e Vozão. Também servirá para intimidar Capitão Wagner, junto ao eleitorado da direita, que não consegue engolir as “meninices” de André Fernandes.
Sim! Wagner corre o risco do maior fracasso eleitoral de sua recente história política, quando será revelado o seu verdadeiro tamanho político, após perder para Fernandes e Girão o eleitorado que nunca de fato liderou, a exemplo dos antiFerreira Gomes, dos antipetistas e do grupo extrema-direita.
O Capitão “cá”, que de forma equivocada nunca se associou ao Capitão “lá”, é convencido a cada dia que poderá ser o melhor vice-prefeito que qualquer candidatura de centro-direita poderia ter. A preço de hoje, a dobradinha seria Roberto Cláudio/Capitão Wagner, PDT ou PSDB/União Brasil. Caso Roberto Cláudio continue sendo convencido pelo “fogo amigo” para uma não disputa no próximo ano, Wagner poderá compor com Fernandes.
Nunca com Sarto.
Apesar do pouco aprendizado na estratégia política, em três disputas majoritárias, Wagner sente o cheiro de derrota.
Sarto comanda a Prefeitura de Fortaleza como quem comanda o Titanic. Fadado ao naufrágio, há de ter sobreviventes. E esses ocupantes nos botes salva-vidas seriam vereadores da sua base de apoio, que buscariam a rica campanha do projeto à reeleição ao Paço Municipal para impulsionarem duas próprias candidaturas ao Legislativo.
O problema seria uma desistência de Sarto da disputa ou de uma candidatura tucana de Roberto Cláudio. Sequer haveria os botes salva-vidas. Já o iceberg…
Convencido que uma faz de conta gratuita passagem de estudante não transportará a taxa do lixo e o maior percentual de reajuste no país do transporte público, Sarto acredita que poderá atracar o Titanic, no desvio de foco da perda de escolas nota 10 e abandono da saúde.
O que o prefeito não percebe é que mesmo que haja “terra à vista”, não há porto em Fortaleza para atracar o Titanic…
Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido