“Luizianne Lins apresentou o Hospital da Mulher. Já Sarto fechou o Gonzaguinha da Messejana, maior unidade de saúde no atendimento à mulher e à gestante, na esperança de entregar uma espécie de ‘Hospital da Mulher’ no lugar”, aponta o jornalista Nicolau Araújo. Confira:
Sarto desembarcou no Paço Municipal, há três anos e meio, na locomotiva Roberto Cláudio. Nos vagões, o projeto de mobilidade urbana, ciclovias e ciclofaixas, Bilhete Único, escolas nota 10, o IJF 2, as requalificações da Beira Mar e da Praia do Futuro, areninhas, espigões, limpeza urbana, geração de emprego e renda, dentre outras ações.
Como forma de tentar construir uma imagem própria de gestão, Sarto buscou se desvincular da gestão Roberto Cláudio, que levou a campanha do PDT nas costas, em 2020, principalmente quando o então candidato Sarto esteve acometido de covid-19. Foi o momento em que a campanha mais cresceu, com RC todo dia nas ruas.
Nessa tentativa de negar uma dependência de Roberto Cláudio, o agora eleito Sarto procurou copiar um modelo de gestão ao qual acompanhou de perto por oito anos: a Fortaleza Bela, de Luizianne Lins, que se propôs a cuidar bem das pessoas.
Sem o mesmo carisma e talento político de Luizianne, o prefeito Sarto alega investir na periferia de Fortaleza. Enquanto Luizianne requalificou o Vila do Mar e proporcionou emprego e renda ao longo da orla, Sarto fez remendos na Barra do Ceará, sem qualquer projeto na área de emprego à população local.
Luizianne Lins apresentou o Hospital da Mulher. Já Sarto fechou o Gonzaguinha da Messejana, maior unidade de saúde no atendimento à mulher e à gestante, na esperança de entregar uma espécie de “Hospital da Mulher” no lugar. O resultado foi que centenas de gestantes na Grande Messejana deixaram de realizar o pré-natal, diante da ausência de um estudo de impacto no atendimento, além de não proporcionar a passagem de ônibus para as gestantes cadastradas para outras unidades de saúde. Messejana segue sem a sua principal unidade de saúde há mais de dois anos.
A ex-prefeita de Fortaleza trouxe o rei Roberto Carlos para uma festa popular e gratuita, em abril de 2008, no aniversário da cidade. Sarto copiou o feito, mas, sem uma comunicação competente e sem uma estratégia de marketing eficiente, a passagem de Roberto Carlos se perdeu na grandeza da data do Réveillon, além de um outro cantor realizar a contagem regressiva para 2024.
No transporte coletivo, Luizianne se sobressaiu com a passagem congelada, enquanto Sarto apresenta como maior feito uma passagem de ida e outra de volta para estudante. A ação, no entanto, não atinge ao aluno mais pobre, que costuma quase na totalidade morar próximo à escola. A ação busca ainda maquiar o maior aumento no preço da passagem do país, com um índice de 15.5%, quando nenhum município ousou apontar sequer um índice de 10%. Foram oito meses de “caixa”, antes da passagem que beneficia sobretudo os estudantes que podem votar.
Até no desgaste, Sarto copiou a área de Luizianne: o meio ambiente. Enquanto a ex-prefeita enfrentou críticas sobre buracos e lixo nas ruas, Sarto criou a Taxa do Lixo para quase 1/3 da população, como se 30% das residências de Fortaleza tivessem condições de pagar o imposto.
Com queda nas pesquisas de intenções de voto, o prefeito agora acena para um retorno à locomotiva Roberto Cláudio, ao utilizar o ex-gestor em suas primeiras peças publicitárias, já na condição de candidato do PDT ao projeto da reeleição.
A diferença é que agora os vagões são de Sarto…
Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido
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Esse trem do Sarto já está descarrilado há muito tempo.