Nove meses após usar a image de sua mãe, dona Licinha, para tentar amenizar a cobrança da Taxa do Lixo, o prefeito Sarto voltou a se valer desse artificio, neste domingo (21), em vídeo nas redes sociais, ao tentar vender uma ação da Prefeitura de Fortaleza, o Costurando o Futuro, quando fez a senhora acreditar ser a inspiradora do projeto que busca o ingresso de pessoas na atividade da costura.
Segundo o prefeito de Fortaleza, 20 mil pessoas já teriam sido inseridas no programa e máquinas comunitárias estariam sendo disponibilizadas em bairros da periferia.
No entanto, o Costurando o Futuro não estaria no padrão de transparência dos resultados, com relação à qualidade dos produtos, além do escoamento da produção. Não há garantia do amparo aos novos “profissionais da costura”, como o aproveitamento da mão de obra na fabricação do fardamento escolar do ensino público municipal ou em outra linha de produção, por um determinado período.
“Quando a gente era menino, a senhora costurando para ajudar o papai, para ganhar um dinheirinho, aí eu me lembrei e deu a ideia de fazer um curso para fazer isso que a senhora faz, roupinha. E esse projeto, a gente está na Prefeitura já há alguns anos, já tem 20 mil mulheres e homens que já foram treinados. Inspirado na senhora”, disse Sarto, para a emoção da idosa.
Taxa do Lixo
Em junho do ano passado, em entrevista ao podcast “Que Nem Tu”, do Sistema Verdes Mares, Sarto se valeu de dona Licinha, quando tentou convencer a população que unidades pobres não pagariam a Taxa do Lixo, ao relatar uma visita que teria feito à sua mãe, em um condomínio de classe média alta, no bairro Jacarecanga.
Mesmo com unidades constando três quartos, mais uma dependência de empregada, dois banheiros, ampla sala e cozinha, Sarto assegurou aos vizinhos de sua mãe que as unidades estariam entre os 70% dos imóveis que não arcariam com a Taxa do Lixo, por se tratarem de “residências carentes”.
Enquanto isso, a cerca de um quilômetro de distância da Praça do Liceu, moradores do tradicional Edifício Jalcy, na avenida Duque de Caxias, no Centro, foram surpreendidos com a cobrança de R$ 193,50 por unidade compostas de apenas uma sala, um quarto e um banheiro, além da renda média dos moradores em dois salários mínimos.