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“Saúde de qualidade com contribuição justa – é possível compatibilizar?”

Kleber Silvaira é presidente da Cafaz

As pesquisas de opinião pública refletem o cuidado da classe média brasileira com a manutenção da saúde, ao mesmo tempo em que se vê pressionada pelo aumento real do valor da contraprestação, que excede, significativamente, o percentual dos índices de inflação.

Inicialmente, há que se ressaltar o acerto dos constituintes de 1988, que, ao criarem o SUS – Sistema Único de Saúde, possibilitaram o atendimento universal a todos os cidadãos brasileiros, independentemente de contribuição como contrapartida aos serviços disponibilizados. Dessa forma, todas as políticas públicas vinculadas à saúde têm, direta ou indiretamente, a participação das instituições de saúde municipais, estaduais e federais, responsáveis pela oferta dos mais elementares procedimentos, como as consultas nas Unidades Básicas de Saúde, até os mais complexos – doação de órgãos e tratamentos oncológicos. 

Graças à existência do SUS, sempre nos lembraremos dos profissionais de saúde que se desdobraram durante a pandemia de Covid-19, possibilitando o atendimento urgente/emergente nas unidades de saúde em todo o país, por meio de um mutirão que salvou vidas e abriu nossos olhos para compreendermos a magnitude estratégica de financiarmos o que realmente dá sentido à vida: a saúde equilibrada, que possibilita a melhoria do bem-estar da coletividade.

Todavia, além do SUS, com seus acertos e falhas, convivemos com as operadoras de planos de saúde suplementar, que têm hoje 51 milhões de associados. Custeados por pessoas físicas e jurídicas, os planos suplementares têm como propósito suprir as lacunas do SUS, de forma rápida e eficiente, como alternativa de mitigar as necessidades dos que possuem poder aquisitivo para financiar os serviços de saúde de modo suplementar. Todavia, ao longo do tempo, notadamente após a pandemia, os custos assistenciais, definidos por grupos detentores de poder econômico e político para cobrarem quanto querem, têm aumentado os valores em patamares superiores aos índices de inflação e de correção das contribuições dos planos de saúde. Com isso, o equilíbrio econômico-financeiro das operadoras tem sido abalado, impactando, inclusive, na continuidade de seus serviços, comprometendo a credibilidade de todo o sistema suplementar de saúde.

Nesse contexto, surge a reflexão: como compatibilizar a crescente necessidade de atenção à saúde suplementar com a voracidade daqueles que detêm o oligopólio do mercado de saúde pelo aumento exponencial dos preços de produtos, medicamentos e procedimentos prestados pelos parceiros das operadoras? É exatamente o que estamos enfatizando na Cafaz – Caixa de Assistência dos Servidores Fazendários Estaduais – que administramos, cujas responsabilidades imediatas são a manutenção da qualidade dos serviços disponibilizados e a garantia da sustentabilidade da empresa por meio da otimização dos gastos, da garantia das receitas e da obtenção de resultados operacionais positivos, sem inviabilizar o orçamento familiar do associado titular do plano.

Graças ao esforço da Diretoria e Conselhos, aliado ao profissionalismo de toda a equipe de colaboradores, está sendo possível manter o valor da contribuição mensal constante (a exemplo do que está acontecendo agora, em relação aos meses de abril, maio, junho e julho de 2024), o que contribui sobremodo com o equilíbrio econômico-financeiro da empresa e de seus beneficiários. A expectativa é de evolução positiva do resultado financeiro no segundo semestre, garantindo-se a continuidade do processo de melhoria contínua. Ao priorizarmos esses controles internos, buscamos viabilizar o lançamento de um novo produto, mais atraente do ponto de vista financeiro, lembrando que a inflação da saúde, em muito, excede à inflação medida pelo índice de preços oficial – IPCA.

Dia após dia, o empenho em manter o nível de excelência dos serviços prestados, embasados na otimização dos custos e amparados em controles internos eficientes, aspira à obtenção de resultados operacionais contínuos sem comprometimento do orçamento familiar dos beneficiários. Enfim, uma gestão eficiente, fundamentada nas melhores práticas de mercado, em busca de dar sustentabilidade ao negócio, que valoriza os recursos humanos disponíveis e o cuidado com os associados, amparados nos valores que nos tem impulsionado: ética, transparência, valorização do ser humano, amor à saúde e à solidariedade.

Kleber J. Silveira é presidente da Cafaz

kleberjsilveira@gmail.com

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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