“Enquanto o discurso oficial fala em avanços e medidas estratégicas, a realidade das ruas mostra o contrário”, aponta o ex-superintendente da Polícia Civil, César Wagner
Confira:
O governador Elmano de Freitas (PT) reconheceu, na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, sua insatisfação com a segurança pública no Ceará. Mas essa constatação, por si só, resolve pouco. Se há tanto empenho e investimentos, como o governo costuma afirmar, por que o Ceará segue como o segundo estado mais violento do Brasil, e Fortaleza aparece como a 9ª cidade mais violenta do mundo?
A contradição é evidente: enquanto o discurso oficial fala em avanços e medidas estratégicas, a realidade das ruas mostra o contrário. A população cearense assiste a uma escalada de violência que não diminui, apesar das promessas recorrentes. Se há tantos recursos e projetos sendo implementados, onde estão os resultados concretos?
A crise na segurança pública não é um problema novo, mas continua sem respostas claras. O que dizem os gestores da área sobre essa disparidade entre o que é anunciado e o que de fato acontece? Quais são os obstáculos reais que impedem uma reversão desse quadro? A falta de estratégia, de comando ou de uma análise séria das falhas do sistema?
O reconhecimento de insatisfação por parte do governador é um primeiro passo, mas de nada adianta sem ações contundentes e eficazes. O povo cearense precisa de muito mais do que palavras: exige segurança, planejamento e, principalmente, resultados reais e visíveis na redução da violência.
César Wagner é ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará, ex-coordenador-geral da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS), ex-diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), ex-diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e ex-delegado Titular da Delegacia de Combate ao Narcotráfico. Ex-secretário de Segurança de Aracati. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor). Jornalista, comunicador, radialista, palestrante e consultor de empresas na área de prevenção de comportamentos irregulares