“Escritor não corteja o poder em busca de reconhecimento, não corre atrás de prêmios, de cargos ou de homenagens”, aponta o cientista político e escritor Paulo Elpídio de Menezes Neto. Confira:
Escritor não tem dia.
Todo dia, todo instante é “dia do escritor”.
Escritor não se aposenta, recolhe-se. Não morre, sobrevive na sua obra, ou perece com ela. O escritor tem compromisso com a liberdade.
Não cala, não sucumbe ao medo, não foge das ameaças; não cede às injunções. Não se deixa dominar pela crítica, responde com o seu talento.
Escritor não corteja o poder em busca de reconhecimento, não corre atrás de prêmios, de cargos ou de homenagens.
Escritor não aluga a sua pena. Não tem matrícula ideológica. É livre no terreno das suas narrativas; é dono da ficção que ele constrói. É senhor da sua criação, interlocutor exigente dos seus personagens. O escritor não é escravo dos seus leitores. É a consciência autônoma da sua visão do mundo.
O escritor, escreve. Escritor, de verdade, vive do seu trabalho. Não faz da “vida literária” a busca da celebridade e do ativismo político-ideológico para a sua obra.
Não são os sodalícios que fazem os escritores. São os escritores que conferem relevo e respeitabilidade aos sodalícios.
Não será o bastante? Para tão grande desafio, tão curta vida?
Paulo Elpídio de Menezes Neto é cientista político, professor, escritor e ex-reitor da UFC