Resultado de monografia premiada pelo departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), o livro “Shake That Thing”, de autoria do antropólogo e jornalista Alexandre Rocha, apresenta as razões pelas quais o blues pode ser, paradoxalmente, entendido como “uma manifestação musical de intensa celebração sensual que esconde em si uma tristeza existencial”.
A obra, que investiga a história de um gênero musical repleto de erotismos, ambiguidades sugestivas e levezas, terá lançamento na próxima sexta-feira (21), às 19h30min, no BNB Clube, na Aldeota. O evento contará com show do bluesman Roberto Lessa, seguido da discotecagem do DJ Penaforte. Antes, na terça-feira (18) e na quarta-feira (19), Alexandre Rocha ministrará um curso gratuito sobre o conteúdo do livro, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), no Centro. As inscrições já se encontram abertas.
“O fio condutor de toda essa pesquisa é o fato, justamente, de que nunca me convenceu o blues ter essa pecha de ser uma música essencialmente melancólica. Ela tem, sim, uma veia dramática, melancólica, que fala de dor e de abandono. Mas ela é muito mais do que isso. Sempre achei o blues, ao mesmo tempo que melancólico, muito sensual”, comentou o autor.
Sobre o livro
Shake That Thing: antropologia, história, significação e erotismo no blues contou com projeto gráfico assinado por Eduardo Freire, e com ilustrações a cargo de Carlus Campos, que sensível e magistralmente contribuíram para realçar essa atmosfera peculiar e pouco contemplada do blues, emprestando uma experiência visual e sensorial que dialoga e suaviza o conteúdo complexo e denso da obra: acompanham os 5 capítulos um glossário de expressões e gírias do blues, letras de dezenas de canções e QR codes que possibilitam o acesso imediato às músicas citadas ao longo das 380 páginas da obra, ampliando a imersão do leitor.