“Reduzir impostos é urgente, para baixar a inflação”, aponta a socióloga Fátima Vilanova
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O governo Lula está preocupado com a queda na popularidade, atestada em pesquisas, e com os estragos que ela pode trazer aos seus planos de reeleição. Contribuiu para tanto a proposta mal explicada do governo de rastrear pagamentos do pix, que ensejou campanha de desiformação de opositores nas redes sociais de que ele seria taxado. O Brasil pegou fogo, e ninguém aceitava mais pagar com pix. A iniciativa foi cancelada, mas o estrago na popularidade do governo foi imediato.
A bola da vez, agora, é a inflação de alimentos, que fez os preços da carne bovina, café e ovos, os campeões da carestia. O governo Lula está atordoado, apesar de bons números do PIB em 2024, de 3,4%, do desemprego, de 6,5%. A inflação em fevereiro foi de 1,31%, maior valor para o mês desde 2003, tendo a inflação anual atingido 5,06%.
Lula não fez o dever de casa, o corte de gastos supérfluos, o controle das contas públicas. Ele precisa cortar, pelo menos, 20% das despesas, reduzir cargos de confiança, repasses para ministérios, a partir de auditoria nos gastos, para detecção de fraudes, desvios, aplicação discutível; extinguir cartões corporativos, reduzir os percentuais de reajustes de salários, adotando o índice de reajuste do salário mínimo; cancelar pagamentos de salários que estejam acima de teto constitucional.
Urge que o governo faça um chamamento, mobilize a sociedade para exigir economia, também, no Legislativo e Judiciário. Por que Lula não apela ao PT e à sua base de apoio a abraçarem esta luta? Por que ele não cobra do Congresso o fim das emendas parlamentares e das desonerações das empresas?
A sociedade não aguenta mais pagar tantos impostos, e bancar o custo do crescimento da inflação, que tem os governos como sócios. Quando a inflação sobe, o consumidor perde o poder de compra do salário; indústria e comércio vendem menos, mas entra mais dinheiro nos cofres dos governos, sejam eles municipais, estaduais e federal. Daí a grita geral de governadores contra a redução do ICMS.
Reduzir impostos é urgente, para baixar a inflação. Reduzir tarifas de importação está correto, mas é insuficiente. Todos os insumos das cadeias produtivas precisam ter impostos reduzidos, também. O Banco Central precisa baixar os juros da Selic. Eles inviabilizam qualquer governo, no patamar tão elevado em que se encontram, de 13,25%. Eles encarecem os custos de produção de tudo, reduzindo a oferta de produtos, fazendo disparar os preços. O Banco Central tem agido como outro sócio da inflação.
Fátima Vilanova é Doutora em Sociologia
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Mais uma vez, a Doutora em Sociologia Fátima Vilanova nos brinda com a riqueza de seu conhecimento, aliando lucidez, sensibilidade e um pensamento genuíno. Sua exposição revela uma realidade que muitos insistem em ignorar, mesmo diante de dados irrefutáveis.
Seria essencial que nossos governantes, ainda que muitas vezes movidos por interesses distorcidos, tivessem a disposição de ouvir reflexões responsáveis, guiadas unicamente pelo compromisso com o bem comum.
Parabéns Dra Fátima Vilanova, pelo o brilhante artigo, sempre contribuindo com relevância e clareza, para a sociedade de um modo geral.👏👏👏