“Tarcísio foge do centro, se assume de extrema-direita e esquece o País” – Por Luiz Henrique Campos

Tarcísio de Freitas é o governador de São Paulo. Foto: Reprodução

Com o titulo “Tarcísio foge do centro, se assume de extrema-direita e esquece o País”, eis a coluna “Fora das 4 Linhas”, desta segunda-feira, assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos. “O Tarcísio que se viu neste domingo na Paulista, portanto, apostou alto. Primeiro, cedeu aos caprichos dos filhos do Mito, sem que isso lhe garanta o apoio deles à disputar à presidência. Outro risco é termos, caso eleito, um fantoche da família Bolsonaro tensionando a todo momento com a institucionalidade e tendo que lidar com o humor mórbido de seus apoiadores “malucos”, para usar uma expressão do próprio Mito”, expõe o colunista

Confira:

O discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ontem na Avenida Paulista, é um importante definidor de como o atual mandatário do maior estado do País deve se assumir a partir de agora. A fala tecendo críticas ao STF, cobrando o presidente da Câmara dos Deputados por anistia ampla e irrestrita, e negando qualquer risco à democracia os atos acontecidos recentemente no país, o coloca como candidato à presidência da República, mas mais do que isso. Tarcísio se assume definitivamente como um líder de extrema-direita, foge do centro e esquece a realidade do Brasil.

É interesse ouvir fala tão eloquente do governador paulista, após dias atrás, ele e os governadores de direita terem sido taxadas de oportunistas e agirem como “ratos”, ao supostamente silenciaram em relação ao STF e a defesa de Bolsonaro. Tarcísio parece ter assimilado direitinho o recado e agora obedece sem reparos às agressões dos filhos do Mito, não só reproduzindo os discursos, como tomando à frente nas articulações no Congresso Nacional em prol da anistia.

A política, todavia, é pródiga em simbologias, e ao se assumir de extrema-direita, Tarcísio também terá o ônus de seguir sua cruzada se afastando do perfil de centro com o qual se apresentava ao eleitorado fora da bolha mitológica. Pior: fica sem discurso para o Brasil, pois o bandeirão americano aberto na Paulista que ilustrou a manifestação, jogou no colo de Lula a defesa do país e deixou à direita desfalcada de um item na sua tríade ideológica que falava de Deus, pátria e família.

O Tarcísio que se viu neste domingo na Paulista, portanto, apostou alto. Primeiro, cedeu aos caprichos dos filhos do Mito, sem que isso lhe garanta o apoio deles a disputar a presidência. Outro risco é termos, caso eleito, um fantoche da família Bolsonaro tensionando a todo momento com a institucionalidade e tendo que lidar com o humor mórbido de seus apoiadores “malucos”, para usar uma expressão do próprio Mito.

*Luiz Henrique Campos

Jornalista e titular da coluna “Fora das 4 Linhas”, do Blogdoeliomar.

Luiz Henrique Campos: Formado em jornalismo com especialização em Teoria da Comunicação e da Imagem, ambas pela UFC, trabalhei por mais de 25 anos em redação de jornais, tendo passando por O POVO e Diário do Nordeste, nas editorias de Cidade, Cotidiano, Reportagens Especiais, Politica e Opinião.

Esse website utiliza cookies.

Leia mais