“Se o governo brasileiro não falar grosso agora, em 2026 Trump – com todo o seu aparato de inteligência – tentará nomear o próximo presidente do Brasil”, aponta o sociólogo Oliveiros Marques
Confira:
Com a assinatura da ordem executiva por Trump, o tarifaço imposto ao Brasil pelo governo norte-americano confirmou ser o que já parecia: a economia mundial sendo utilizada como arma em uma guerra ideológica. A extrema-direita busca se impor por meio de barreiras tarifárias, numa tentativa desesperada de conter países soberanos que buscam se fortalecer no cenário global e oferecer melhores condições de vida ao seu povo.
Confesso que errei feio. Trump é tão aloprado quanto os seus assessores e aqueles que os influenciam.
A família Bolsonaro, organização criminosa lesa-pátria, responsável pela facção brasileira na articulação dessas medidas, mostra mais uma vez sua disposição de sabotar o próprio país. Incapaz de impor sua vontade por tanques invadindo as instituições brasileiras, recorre agora aos aliados nos Estados Unidos para promover um verdadeiro ataque à soberania e à economia nacional – tudo em nome da defesa de seus próprios interesses. Ataques que colocam em risco setores econômicos inteiros e milhares de empregos.
Pode até soar irresponsável o que direi nas próximas linhas – e penso que seja mesmo -, mas não é possível enfrentar uma guerra ideológica dessa magnitude fora do campo político. Tratar esse tipo de agressão como se fosse apenas uma questão econômico-comercial pode se constituir em um grande erro. Não há espaço, neste estágio, para negociações produto por produto, setor por setor. Não haverá convescote por telefone, nem pedido de bênção no Salão Oval que resolva o problema criado pela família Bolsonaro.
Se o governo brasileiro não falar grosso agora, em 2026 Trump – com todo o seu aparato de inteligência e poder financeiro – tentará nomear o próximo presidente do Brasil. A ausência de justificativa econômica no texto da ordem executiva, assim como os recuos em produtos mais sensíveis à economia norte-americana, deixa evidente que estamos diante de um movimento político-ideológico orquestrado pela extrema-direita que se articula ao redor do globo. Nem é preciso mencionar a sanção ao ministro Alexandre de Moraes, imposta sob a chamada Lei Magnitsky.
Mas, em meio a essa desgraça, algo de positivo se revela: agora está muito claro para o país quem são os vendilhões do templo. Resta saber quem caminhará com eles – e quem ficará com o Brasil.
Oliveiros Marques é sociólogo, publicitário e comunicador político