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“Telemedicina para a Saúde em Fortaleza”

Machidovel Trigueiro é vice-diretor da Faculdade de Direito da UFC. Foto: Divulgação

Com o título “Telemedicina para a Saúde em Fortaleza”, eis artigo de Machidovel Trigueiro, vice-diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. “Em Fortaleza, a telemedicina pode reduzir filas e aliviar a sobrecarga das unidades de saúde.”, expõe o articulista.

Confira:


Fortaleza enfrenta desafios significativos na área da saúde. O congestionamento das unidades de saúde, as longas filas de espera e a falta de acesso rápido a especialistas são problemas crônicos que afetam a qualidade de vida da população. Nesse contexto, a telemedicina surge como uma solução inovadora e viável, capaz de transformar o sistema de saúde e proporcionar um atendimento mais ágil, acessível e eficiente. Este artigo analisa a viabilidade da implementação da telemedicina em Fortaleza e suas
potencialidades como resposta aos desafios do setor de saúde.

Mas o que é a telemedicina? Trata-se da prática de cuidados médicos à distância, utilizando tecnologias de informação e comunicação para realizar consultas, diagnósticos, monitoramento de pacientes e até tratamentos. Esse modelo de atendimento ganhou força durante a pandemia de COVID-19, quando a necessidade de distanciamento social acelerou a adoção de soluções digitais em saúde. No entanto, seu
potencial vai além de emergências, oferecendo uma forma contínua de melhorar o acesso a cuidados médicos, especialmente em áreas urbanas com alta demanda por serviços de saúde.

Em Fortaleza, a telemedicina pode reduzir filas e aliviar a sobrecarga das unidades de saúde. A implementação de um sistema acoplado a inteligência artificial (IA) pode ajudar a diminuir o tempo de espera nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais, permitindo que consultas de casos menos urgentes sejam realizadas remotamente. Isso direcionaria os recursos médicos para casos realmente graves e urgentes, aumentando a eficiência do atendimento presencial. Além disso, oferece a
possibilidade de ampliar o acesso a especialistas, já que facilitaria a consulta com médicos especializados, muitas vezes concentrados em regiões específicas da cidade.

Pacientes em áreas periféricas ou com dificuldades de locomoção poderiam ser atendidos remotamente, sem necessidade de deslocamentos longos e dispendiosos. Outro benefício relevante é o monitoramento de pacientes com doenças crônicas. Fortaleza tem uma população crescente de idosos e pacientes com condições crônicas, como diabetes e hipertensão. Com a telemedicina, seria possível implementar
programas de monitoramento remoto, nos quais os pacientes reportariam regularmente seus sinais vitais e sintomas, prevenindo complicações e reduzindo internações, o que melhoraria a gestão da saúde pública.

A tecnologia acoplada a programas de IA também pode complementar o atendimento domiciliar e os cuidados paliativos, fornecendo suporte remoto para profissionais de saúde que visitam pacientes em casa. Para pacientes em cuidados paliativos, isso garantiria um acompanhamento mais frequente, aliviando a carga sobre as famílias e otimizando o uso de recursos. Além disso, a telemedicina pode ser utilizada para a educação continuada dos profissionais de saúde, oferecendo cursos e treinamentos
online, além de consultas entre médicos para discussão de casos complexos, contribuindo para a atualização constante dos profissionais e a melhoria da qualidade do atendimento.

Os benefícios são muitos, e podemos destacar: acessibilidade: amplia o acesso a cuidados médicos, independentemente da localização, condição física ou disponibilidade de transporte; eficiência: reduz a necessidade de visitas presenciais desnecessárias, economizando tempo para pacientes e profissionais de saúde; custo-benefício: diminui os custos com internações e atendimentos de emergência, possibilitando uma gestão mais proativa das condições de saúde; rapidez no diagnóstico: facilita o diagnóstico precoce de condições médicas, crucial para evitar complicações e salvar vidas; integração com tecnologias de última geração e infraestrutura digital: a telemedicina pode ser potencializada com IA para triagem,
diagnóstico e apoio ao tratamento, melhorando a eficiência dos serviços de saúde. Facil acesso ao acervo dos prontuários digitais, com arquivo de exames anteriores, etc.

Outras soluções inovadoras podem ser consideradas para o setor de saúde em Fortaleza, como a criação de uma plataforma municipal de telemedicina, integrando serviços públicos e privados para centralizar o atendimento remoto. Isso incluiria triagens automáticas com apoio de IA, agendamento de consultas e monitoramento remoto. Além disso, parcerias público-privadas poderiam expandir os serviços, aproveitando o ecossistema de inovação local e nacional.

A implementação de um programa de telemedicina para a atenção primária à saúde permitiria também que os médicos da família e enfermeiros acompanhassem remotamente os pacientes cadastrados nas unidades de saúde, com foco na prevenção e no tratamento de condições comuns. Outra solução seria o uso de dispositivos vestíveis (wearables) para monitoramento de saúde, como pulseiras e relógios inteligentes, também poderia ser incentivado, conectando os dados coletados aos sistemas de saúde
para análise e intervenção imediata, se necessário. Por fim, a abertura de centros de telessaúde em áreas periféricas possibilitaria consultas por videoconferência com médicos e especialistas, auxiliados por técnicos de saúde.

Em suma, a telemedicina, quando implementada de forma adequada e com apoio de programas de IA, tem o potencial de revolucionar a saúde em Fortaleza, tornando o sistema mais acessível, eficiente e sustentável. Sua implantação exige investimentos em infraestrutura digital, treinamento de profissionais e campanhas de conscientização para a população, mas os benefícios esperados justificam o esforço. Para o futuro gestor de Fortaleza, adotar soluções inovadoras como a telemedicina pode ser o diferencial
necessário para enfrentar um dos maiores desafios urbanos: a saúde pública. Com planejamento estratégico e parcerias com o setor privado, a cidade pode se tornar referência em saúde digital no Brasil, garantindo um atendimento de qualidade e mais próximo das necessidades de todos os fortalezenses.

*Machidovel Trigueiro Filho,

Vice-diretor da Faculdade de Direito da UFC, Coordenador do CRIA – Centro de Referência em Inteligência Artificial da UFC, Pós-Doutor na USP/SP, professor visitante na FIU/EUA, professor pesquisador em STANFORD/EUA. Foi eleito o “Empreendedor Digital do Ano no Brasil” pela
Associação Brasileira de Startups e a Startup Brasil.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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