“Trump só respeita países e líderes que também negociam duro, como a Rússia e o Irã”, aponta o jornalista Norton Lima Jr.
Confira:
Muitos estão a perguntar: Trump blefa ou não? Bem, Trump está mais zombando do que blefando.
Trump é um negociante. Sua experiência formativa foi gritando os preços que queria pagar a fornecedores da construção civil.
Magnata do mercado imobiliário, entre apostar em cartas ou no trabalho, prefere dobrar os punhos da camisa.
Trump só respeita países e líderes que também negociam duro, como a Rússia e o Irã. Trump não curte jogos de azar. De quem blefa, ele zomba — caso da ignorante Ursula von der Leyen, presidente da União Europeia.
Há como evitar essa STT, Síndrome do Transtorno de Trump? Difícil. Quando não podemos mais mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos. Resistir é legítimo, mas negar será reacionário.
A STT produz perturbações mentais que incapacitam o portador de distinguir diferenças políticas com patologias psíquicas. Caso seja esse o seu caso — como David Lammy e Jean-Noël Barrot (ministros do Exterior britânico e francês) —, procure algum “analista amigo meu.”
Os europeus ficaram mais transtornados agora com Trump resolvendo direto com Putin a questão ucraniana: “O novo presidente americano não dá aos europeus nenhum lugar nas negociações”, escrevem do Le Monde ao Expresso.
Isso tudo é ótimo. Quanto mais Putin falar com Trump, mais Trump ficará bem informado sobre tudo e todos. “Vocês verão resultados muito bons quando Trump e Putin renovarem sua grande amizade”, diz Witkoff, o bilionário com carta branca da Casa Branca no Oriente Médio.
Trump dá pouca atenção a metidos, por exemplo, falou 90 minutos com Putin. E nove segundos com Zelensky. Deu razão a Putin, comunicado que deixou chineses em pé de guerra. No dia 12/02, 62 caças chineses fizeram manobras em cima de dois navios da Marinha americana no estreito de Taiwan.
A rigor, a China está em xeque — que parou de falar em Taiwan; fugiu do Panamá; calou na chantagem da Costa Rica, denunciada por Marco Rubio.
A China ainda não passou por um real batismo de fogo. Na última vez, perdeu, foi humilhada pela força do ópio inglês. Trump está apenas pagando para ver as cartas dessa vingativa rota da seda.
Há suspeitas fundadas de sucessivos blefes da China para levar todas as fichas da mesa. Há tempos chineses vendem gato por lebre, cantam de galo botando “jacalezinho” na camisa alheia. E agora, depois de muita falsificação, sem royalties e dumping, descobriram a propaganda enganosa como alma do famigerado negócio da China.
Recentemente, durante a ocupação abusiva da China de territórios no Peru (em Chancay) e no Brasil (em Presidente Figueiredo no Acre), os chineses anunciaram a descoberta de uma montanha de US$ 82 bilhões ouro a 3.000 metros de profundidade. Será que tem mesmo esse ouro na China? Tem muita gente bem informada a comentar que a revolução tecnológica chinesa é photoshop de startups.
De facto, a China milenar dos sábios, de Confúcio e Lao Tse, perdeu para esse novo tipo chinês vulgar, hedonista, enganador, inconsciente e louco. Deve ser efeito dos anos de ópio inglês ainda no sangue. Sai entorpecente, esse corpo não te pertence.
Há espaço na mesa de Trump para Xi Jinping. Putin puxou a cadeira. Enquanto viveu, o sobrenatural Henry Kissinger tentou impedir que a China sentasse com a Russia, mas a ingenuidade fez isso acontecer. Agora é cuidar para não pegar a Síndrome do Transtorno Chinês.
Ouvi por aí: — Até que se livrem dos jesuítas, nada muda.
De Dmitry Medvedev, o Dima, vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional: — A Europa está louca de ciúmes e raiva. Não foi avisada sobre a conversa Putin-Trump, nem consultada sobre o seu conteúdo ou declarações subsequentes. Não é de se espantar. O tempo de Europa acabou. Ela é fraca, feia e inútil.
De Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia: — Antes de invadir a Ucrânia, Putin ouviu três conselheiros: Ivan, o Terrível; Pedro, o Grande; e Catarina, a Grande.
Vai cair do cavalo quem apostar em um Iraque 2.0 no Irã. Qualquer conflito com o Irã pode levar à instabilidade nos mercados econômicos e energéticos globais. Ninguém quer isso.
Norton Lima Jr. é jornalista