A Universidade Estadual do Ceará publicou um estudo inovador na revista Microbial Pathogenesis, propondo uma estratégia promissora para controlar o White Spot SyndromeVirus (WSSV), uma das principais ameaças à criação de camarões em cativeiro em todo o mundo, sendo esse cultivo chamado de carcinicultura. Até hoje, não existe um remédio específico para combater esse problema, mas sim apenas medidas de prevenção. A publicação traz a assinatura de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação de Ciências Veterinarias (PPGCV).
É o artigo, intitulado “Insights of potential action with acyclovir analogs for the control of white spot syndrome virus (WSSV): Molecular dynamics and ecotoxicological analysis approach”, investiga o uso de análogos do aciclovir, um antiviral bem estabelecido, no combate ao WSSV.
A Pesquisa
Utilizando técnicas avançadas de dinâmica molecular, os pesquisadores Damião Sampaio de Sousa, Victor Moreira de Oliveira, Carminda Sandra Brito Salmito-Vanderley, Gabrielle Silva Marinho e Emmanuel Silva Marinho analisaram a interação dos análogos com a principal proteína viral, sendo apresentada uma forte ligação com uma proteína-chave do vírus. Isso significa que há potencial para bloquear a ação do WSSV. Foi realizado também um estudo ecotoxicológico para garantir a segurança ambiental.
“Nossa pesquisa oferece uma alternativa sustentável e eficaz para controlar essa doença devastadora, sem prejudicar o ecossistema”, afirmou o professor e pesquisador Emmanuel Marinho.
WSSV
Considerado a maior ameaça viral à carcinicultura, o WSSV pode provocar mortalidade de até 100% dos camarões infectados em poucos dias, gerando prejuízos de bilhões de dólares à cadeia produtiva global. No Brasil, a carcinicultura é uma atividade de grande relevância econômica, sobretudo no Nordeste, onde o Ceará se destaca como um dos maiores produtores nacionais.
O estudo pode trazer grandes benefícios para a carcinicultura, propondo uma solução inovadora para reduzir os prejuízos causados por surtos de WSSV e apoiar a produção sustentável de alimentos marinhos.
SERVIÇO
*Da Agêncua Uece, leia o artigo publicado aqui.