Cafezim com Literatura – Mirelle Costa e um bate-papo com o cearense ganhador do National Book Award

Foto: Rogelaine Macedo

A vida do escritor premiado internacionalmente já mudou?

Stenio Gardel, cearense ganhador do National Book Award, na categoria Literatura Traduzida, está com a agenda cheia. O escritor bateu um papo comigo, confere aí!

Desde quando você escreve ? 

Comecei a escrever pra valer por volta de 2016, antes disso, tinha apenas rascunhos e vontade. Foi quando comecei a escrita de A palavra que resta, que é meu primeiro romance, e comecei a publicar alguns contos em coletâneas coletivas.

 Em que momento você se re(conheceu) escritor ? 

É um autorreconhecimento difícil pra mim, talvez por exigência demais, não sei, mas ter o livro aceito para publicação pela Companhia das Letras, uma das maiores editoras do país, foi com certeza uma grande legitimação.

 Quem são suas referências na literatura ? 

Algumas: William Faulkner, John Steinbeck, Carson McCullers, Dostoiévski, Raduan Nassar, Graciliano Ramos, Manoel de Barros, João Cabral de Melo Neto, Maria Valéria Rezende, Socorro Acioli, Marcelino Freire 

 

 Indica uma leitura 📕 😁 

Oração para desaparecer, Socorro Acioli, acabou de ser lançado pela Cia das Letras.

A vida do escritor premiado internacionalmente já mudou?! ☺️ 

O alcance e a visibilidade com certeza aumentaram nos últimos dias, com certeza, é muito bom saber que mais pessoas agora sabem do livro e, espero, vão procurar ler a história de Raimundo, mas, por outro lado, já estou em casa, dormindo na minha rede e apreciando meus gatinhos. 

Pode falar de algum convite que tenha recebido? 

Estive no último sábado, 25, na Flids (Feira Literária da Diversidade Sexual) em Fortaleza.

Ministério da Cultura amplia número de selecionadas no Prêmio Carolina Maria de Jesus

O Ministério da Cultura divulgou, na última segunda-feira (20), o resultado preliminar da seleção do Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023. De acordo com o Minc, o número de escritoras premiadas saltou de quarenta para sessenta, fruto do alto número de obras com ótima avaliação, em sua maioria, notas máximas. Com isso, o recurso inicial de dois milhões também aumentou, e passou a ser de três milhões.

O prêmio contou com um total de 2.619 inscrições. Destas, 1.922 foram aptas a serem avaliadas pela Comissão de Seleção. Ao todo, 1.461 candidaturas foram classificadas. As classificadas são mulheres brasileiras (cis ou transgênero), bem como a comissão julgadora, composta apenas por pessoas do sexo feminino. 

Na lista, encontramos a cearense Vera Marques, integrante do Independentes do Ceará, coletivo de escritores criado em 2022, na Bienal Internacional do Livro no Ceará. “Escrevo romances desde 2013. Escrevi em 2021 o livro Pirambulando, em plena pandemia. Fiquei com receio de morrer de COVID, por isso, fiz um grande esforço e o publiquei imediatamente. A obra é uma narrativa em primeira pessoa da história de Dadá e sua sofrida família. Uma menina como tantas outras invisíveis para os governos e para a sociedade, que viveu a infância e adolescência entre as décadas de 70 e 80 no Pirambu, em meio às injustiças sociais promovidas pelos governos da Ditadura Militar. Em 2023, decidi homenagear a minha mãe, que fará cem anos em 2024. O romance Petrô – uma mulher que rompeu o tempo, traz a história de Petronília que recebe dos netos o apelido de Petrô, mulher que sofreu muito com a pobreza e nunca teve oportunidade de estudar. O pai e os irmãos arranjaram um casamento com um viúvo que já tinha seis filhos de dois casamentos anteriores. Mesmo enfrentando as diversas dificuldades, Petrô sonhava ser um famosa cantora. Compôs várias músicas que cantava para os vizinhos, tentou apresentar-se em programas de televisão de Fortaleza, mas nunca conseguiu. Em 2019, amputou uma das pernas, mas não perdeu a alegria de viver e até hoje continua cantando suas música”, emociona-se Vera Marques.

 

O escritor Well Morais diagramou o livro e sugeriu que ela conhecesse o Prêmio Carolina Maria de Jesus, uma homenagem à escritora brasileira nascida em 1914, que escrevia sobre o seu dia a dia, na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo, até que, em 1958, conheceu o jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seus diários, anos depois, a escritora passaria a ter renome internacional. “Estou muito feliz por estar entre as finalistas. Muito lisonjeada e orgulhosa de ter chegado tão longe em um concurso nacional. O livro Petrô está com uma apresentação muito especial feita por Mirelle Costa”, alegra-se a escritora Vera Marques.

 

 

 

 

 

 

A escritora Vera Marques e sua mãe, Petrô

Na divulgação do resultado final, prevista para 13 de dezembro, sessenta escritoras de obras inéditas serão selecionadas e receberão cinquenta mil reais cada, em um total de três milhões em recursos públicos. 

Estamos na torcida, Verinha! 

 

 

 

 

 

Cadê o cafezim? 

(Foto: internet)

 

O período do Natal sempre remete a momentos de confraternização em família e amigos e as cafeterias e docerias de Fortaleza já estão preparando os cardápios natalinos. Panetone, chocotone, biscoitinhos, tortas e a tradicional rabanada fazem parte da decoração natalina. 

Você pode mandar as novidades da sua cafeteria para este ano que a gente divulga por aqui. Ainda bem que a tela do celular (ainda) não transmite cheiro, hein? Já pensou?

Fale comigo

*Meu email é o contato@naoprecisoserfake.com.br 

Mirelle Costa: Mirelle Costa e Silva é jornalista, mestre em gestão de negócios e escritora. Atualmente é estrategista na área de comunicação e marketing. Possui experiência como professora na área de jornalismo para tevê e mídias eletrônicas. Já foi apresentadora, produtora, editora e repórter de tevê, além de colunista em jornal impresso. Possui premiações em comunicação, como o Prêmio Gandhi de Comunicação (2021) e Prêmio CBIC de Comunicação (2014). Autora do livro de crônicas Não Preciso ser Fake, lançado na biblioteca pública do Ceará, em 2022. Participou como expositora da Bienal Internacional do Livro no Ceará, em 2022.

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