Uma casa com arquitetura antiga chama muito a minha atenção. Se for um restaurante ou café, então, fico com aquela vontade irresistível de conhecer. A fachada da Ale Felix Patisserie é convidativa e eu nem fiz cerimônia pra entrar e tomar um cafezim depois do almoço.
Do lado de dentro, os vitrais e as paredes de pedra foram preservados para receber a confeitaria, que foi inaugurada há sete meses. “O ponto veio como um presente. Estava procurando expandir a produção quando encontrei essa casa em um estilo que muito me agradou. Aqui cabem cem pessoas. Além do jardim e do espaço interno, trabalhamos com eventos em um pequeno salão climatizado, onde já recebemos clubes de leitura, além de casamentos e eventos corporativos”, explica Ale Felix.
Em vez de chegar pro chá da tarde, escolhi experimentar o almoço executivo, que acaba de ser lançado. “As pessoas vinham pra cá depois do almoço apenas para comer um docinho, acompanhado de um café, muitas vezes. Foi quando percebemos uma demanda reprimida para o executivo. Oferecemos o cardápio há poucos dias e já estamos satisfeitos com a aceitação”, conta a proprietária da casa.
De entrada, degustamos salada de parma com mix de folhas e crocante de nuts.
Como prato principal, pedi o Chicken Caesar, com filé de peito de frango empanado, com mix de folhas e molho caesar tradicional.
Meu esposo, o jornalista Julião Júnior, pediu filé mignon com molho demi glace, farofa de brioche e purê de batata. A carne estava no ponto ideal. Gostei demais. E, como somos aquele casal que um precisa provar a comida do outro, eu comi de tudo um muito.
Quanto às sobremesas do menu executivo, conhecemos o mini macaron, a tortinha de limão e o bombom de caramelo, no pódio eleito por mim, necessariamente nessa ordem.
Conforme o combinado comigo mesma, ao final da experiência, um cafezinho, ou cafezim, como eu costumo dizer. Aqui, a casa oferece o Orfeu tradicional, tanto expresso, como coado, com variações de Moca e Capuccino.
Aquela que queimava o brigadeiro na infância, chamou a atenção de Alex Atala.
Ale Felix trabalha com a confeitaria há doze anos, mas a paixão pela gastronomia é ainda mais antiga. Conta que fez curso de confeitaria no Senac, estudou gastronomia em Fortaleza, teve a oportunidade de trabalhar com Alex Atala, no restaurante D.O.M Gastronomia Brasileira, em São Paulo, e também morou em Paris, onde estudou por dois anos. “Sempre estive metida na cozinha, desde criança, junto às minhas avós, mesmo sem saber cozinhar na infância e na adolescência. Eu queimei meus primeiros brigadeiros, mas os meus bolos eram os queridinhos das minhas amigas (risos), ou seja, sempre existiu algo da gastronomia em mim”, conta a confeiteira que tem o orgulho e o pertencimento pela gastronomia tatuados no corpo, em forma de macarons.
“Acordo e vou dormir pensando em doce. Tô sempre ganhando de presente livros que falam de confeitaria, que contam histórias de confeiteiros. Vivo imersa nesse universo apaixonante”, conta a proprietária da casa.
Carinho artesanal
Na mesa onde sentamos, um aviso em post-it escrito à mão no vidro. O artesanal, na verdade, foi uma ideia urgente após um pequeno incidente de um cliente que não enxergou o vidro. Engraçado! Se não fosse assim tão pessoal o recado, eu talvez nem tivesse reparado. O carinho artesanal foi o que chamou minha atenção.
Uma resposta
Um “cafezim” depois do almoço para mim é sinônimo de pausa, de respiro no meio da rotina, normalmente, atribulada/corrida. Se eu estiver acompanhada, é momento de conversa, de troca, de riso. Se eu estiver sozinha, é momento, certamente, de leitura.