Com o título “Uma data para não ser esquecida”, eis artigo de Edson Guimasrães, advogado e especialista em Direito Eleitoral. Ele aborda os dois anos da invasão e quebradeira registradas nos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Confira:
Dia 8 de janeiro de 2023, uma data para ficar na memória do povo brasileiro.
Para alguns, um momento de afirmação de ideias que se sedimentaram durante quatro anos, incentivadas pelo discurso de ódio, de agressão às instituições, desrespeito ao resultado das urnas, estas ultrajadas, insistentemente, por quem disputou seis eleições votado em urnas eletrônicas e que nunca delas duvidou. E tendo sido eleito sem contestar resultados, nem seus, nem dos seus herdeiros, também eleitos.
A invasão às sedes dos Três Poderes da República e destruição de bens públicos, para estes, foi uma consagração. E não podia ser diferente, afinal, quem se reuniu para cantar o hino nacional em homenagem a um pneu e invocou seres extraterrestres para “salvar o Brasil “, não poderia ter maior orgasmo.
No entanto, para outros, verdadeiros patriotas, o 8 de janeiro de 2023 jamais será esquecido como o ápice da insubordinação e desrespeito ao Estado Democrático de Direito, crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O que se agrediu naquele fatídico dia foram os valores democráticos consagrados pela Carta Magna da República, foi a dignidade da Nação, foi a alma de cada brasileiro amante da pátria, consciente dos valores éticos que devem sustentar a unidade nacional.
Uma data, de fato, para não ser esquecida.
Que os defensores da Democracia tragam às suas memórias as bárbaras cenas de 8 de janeiro de 2023 como estímulo para a união dos verdadeiros brasileiros, em defesa não só do patrimônio material do Brasil, mas, e principalmente, do patrimônio cívico que nos une.
*Edson Guimarães
Advogado e especialista em Direito Eleitoral.