“Tenho observado um crescimento absurdo no número de pacientes ocupando os leitos da cirurgia geral nos nossos hospitais do SUS à espera para realizar cirurgias nos pacientes com diabetes”, aponta o médico José Maria Pontes
Confira:
Hoje abordaremos um tema que vem assustando a humanidade, não só pela sua multiplicidade de órgãos atingidos, mas também pelo aumento de sua incidência.
Estou me referindo a uma doença metabólica e progressiva, se não tratada, e de grande mortalidade: A DIABETES MELLITUS.
A diabetes se apresenta de várias formas, as principais são: tipo 1, tipo 2 e gestacional, porém neste texto vamos abordar apenas o tipo 2, que é a forma mais comum de DIABETES MELLITUS (DM).
A diabetes é causada pela produção insuficiente de insulina (tipo 1) ou pela má absorção da mesma (tipo 2).
A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas e é a responsável pela regulação da glicose no sangue e garante energia para as células do nosso organismo.
A partir de agora, quando me referir apenas ao termo diabetes, estarei me referindo ao tipo 2.
As principais complicações desta doença são: Infarto do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Visão Turva, Cegueira, Neuropatia Diabética e Pé Diabético, entre outras, e está geralmente associada à hipertensão arterial e à obesidade.
Quando concluí minha residência médica, passei a trabalhar em hospital de emergência e até hoje continuo no mesmo serviço e tenho observado um crescimento absurdo no número de pacientes ocupando os leitos da cirurgia geral nos nossos hospitais do SUS à espera para realizar cirurgias nos pacientes com diabetes (limpezas cirúrgicas e amputações de dedo, pé e perna). No meu hospital a equipe é formada por anestesistas, cirurgiões gerais e um grande cirurgião vascular.
Está se formando uma geração de cidadãos e cidadãs de deficientes físicos idosos, vítimas de uma doença destrutiva chamada de DIABETES MELLITUS, onde a grande maioria é paciente do SUS.
Gostaria de ver pela imprensa, principalmente pela televisão, matérias educativas sobre como o paciente diabético poderia conviver com esta doença, com orientações sobre alimentação, estilo de vida e a necessidade de atividade física.
Como se sente um ser humano quando tem uma parte de seu corpo amputada?
Deixo a resposta com nossas autoridades de saúde.
José Maria Pontes é médico e ex-vereador de Fortaleza