Com o título “Uma epidemia em crescimento”, eis artigo de José Maria Pontes, médico e ex-vereador de Fortaleza. “Nós temos vários tipos de diabetes (os principais: tipo 1, tipo 2 e gestacional), o tipo 2 corresponde a aproximadamente 90% de todos os tipos de diabetes. A incidência dessa doença tem aumentado em todo o mundo e o Brasil encontra-se em quarto lugar. Os números são assustadores”, expoõe o articulista.
Confira:
Desde o início de minha vida profissional que observo o crescimento contínuo de uma doença que tem deixado uma parcela considerável da população sem dedo, sem pé, sem perna e que nossas autoridades da área da saúde nada faz para reduzir esta nossa triste realidade. Nunca vi campanha publicitária nos órgãos de imprensa para chamar atenção da sociedade sobre essa epidemia silenciosa que vivemos chamada “Diabetes Mellitus (DM)”.
Nós temos vários tipos de diabetes (os principais: tipo 1, tipo 2 e gestacional), o tipo 2 corresponde a aproximadamente 90% de todos os tipos de diabetes. A incidência dessa doença tem aumentado em todo o mundo e o Brasil encontra-se em quarto lugar. Os números são assustadores.
As principais complicações da DM são: insuficiência renal que pode levar à perda dos rins, o comprometimento da retina que pode levar à cegueira, as neurites, a disfunção sexual, o acidente vascular cerebral (AVC), o infarto do miocárdio e o comprometimento vascular dos membros inferiores que acabam levando a amputações, entre outros.
Os profissionais de saúde, que trabalham em hospital público de emergência, convivem com uma triste realidade que é o atendimento dos pacientes portadores de Diabetes Mellitus, vítimas de comprometimentos vasculares dos membros inferiores que levam à perda de dedos, pés ou pernas.
Os cirurgiões plantonistas desses hospitais convivem com esta triste realidade e, na maioria dos casos, só têm uma conduta a tomar: fazer a amputação do segmento comprometido, devido ao adiantamento da doença.
A ausência de políticas públicas direcionadas para a prevenção desta doença, principalmente a do tipo 2, e de profissionais que tratem a obesidade e suas complicações, como endocrinologistas e nutricionista, é, lamentavelmente, uma realidade.
Uma parcela considerável dos leitos hospitalares são ocupados por pacientes diabéticos com lesões irreversíveis e cujo destino é a amputação e esta geração de deficientes físicos só faz aumentar.
A sociedade pede socorro.
*José Maria Pontes
Médico e ex-vereador de Fortaleza.