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“Uma poetisa nasce de outros poetas… e poesias”

Ana Caroline Leite de Aguiar, psicóloga e escritora. Foto: Arquivo Pessoal

“Uma poetisa nasce de outros poetas… e poesias”, eis artigo de Ana Caroline Leite de Aguiar, psicóloga e escritora. Uma homenagem cheia de sentimento.

Confira:

A história da minha poesia inicia-se com meu pai, que me ensinou a (mo)vê-la em cada conto da vida e em cada canto da casa. Com inúmeros livros, ele enchia as estantes, as mãos, os olhos. De tanta enchente, transbordou-os a mim, t(r)ocando-os em miúdos para sua miúda. Que todas as tantas palavras bonitas e corretas que aprendi com o senhor lhe encham a alma, levando minha mais (e)terna gratidão. Minha rima e a melodia poéticas, há pouco, descobri, vêm de meu avô paterno, que não conheci, mas no qual me reconheço em seu fazer repetentes e trocadilhos.

Obrigada por tão valiosa herança! A leveza que (escre)ver a vida em poemas me gera encontra a que (g)era (e, ainda, é) da prosa bem humorada e centenária de minha avó paterna. Sou grata
pela lembrança de que conversar em prosa e versar com poemas podem se en(com)trar e ficar à vontade, em bons papos com café, nos l(ares) um do outro.

Do poeta de guardanapos, meu querido tio, padrinho e prefaciador deste livro, a lição de que a poesia é simples e íntima, já que da alma de quem escreve, mas sua reverberação e beleza ultrapassam os limites de nossos olhos de dentro, como seus inúmeros pedaços de papel que voaram até a Academia Cearense de Letras e a tantos outros mundos. Ao mestre-referência, minha aprendizagem-reverência.

Os poemas mais fortes destas páginas, como eu, foram paridos de minha mãe, que pensa, sente, age e vive com o coração, dando-me a essência de bombear a vida sem bambear as pernas e, portanto, bomb(ard)ear palavras sem bamb(e)ar o lápis. Minha gratidão bamba! O amor conjugal poemado belo e crível, em última instância, remete, sempre, ao de meus avós maternos. Obrigada por o deixarem a mim como estância, bem ainda, na infância. O amor conjugado, poemado do cotidiano, em cada instante, comete, sempre, o que vivo com meu
companheiro.

Obrigada por o deixar comigo, de riso, gestante – eternamente e o bastante. O amor conjunto, poemado em tantos elementos e com todo o instinto, compromete-se, sempre, com o convivido com meus irmãos, irmã, cunhados e sobrinhos. Obrigada por o deixarem a mim como bom vinho tinto, com a alegria de, nunca, sê-lo extinto.

Ainda e transversal a todas as linhas anteriores e interiores, gratidão ao Deus que se fez pulsante em cada um dos seres acima e em tudo o mais me inspira, respira e pira ante a (com)vocação para poesiar a vida e ofertar(-me) saúde, como os girassóis, os outonos e outubros, as madrugadas, o amar( )elo, a infância (na minha, a querida Gabi), as flores de pitaya e a do Lácio, os equilíbrios.

(Extraído do livro POESIA E SAÚDE – Trocas, Trilhos e Trocadilhos).

*Ana Caroline Leite de Aguiar

Psicóloga e escritora.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (2)

  • A poesia está na alma. A leitura flui de forma clara e prazerosa. O trocadilho com as palavras mostra a sua intimidade com as mesmas encantando os leitores.
    Parabéns Ana Carolina!

  • Maravilha de texto a revelar inteligência e vocação para a escrita erudita, e para a poesia. A brincadeira com os trocadilhos é privilégio de poucos!
    Amigo Irapuan, é fartamente justificado o seu orgulho de ter contribuído para a vinda ao mundo, da grande poetisa Caroline

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