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“Uma universidade respeitada pelo mérito”

Paulo Elpídio de Menezes Neto é cientista político, professor e escritor, além de ex-reitor da UFC

“Como as profissões refletem de um modo geral demandas específicas do mercado de trabalho e da economia, podem alterar o seu perfil para adaptar-se às novas necessidades da produção e do emprego”, aponta o cientista político e escritor Paulo Elpídio de Menezes Neto. Confira:

A divisão clássica das ciências não corresponde necessariamente à estrutura “acadêmica” adotada pelas universidades. Os conhecimentos, reunidos por afinidade, são tratados (estudados, produzidos e compartilhados) e correspondem a unidades de pesquisa ou a profissões autônomas.

O departamento é uma unidade acadêmico-administrativa na qual se desenvolvem projetos multidisciplinares, no plano da pesquisa fundamental ou aplicada.

As coordenações de curso funcionam por sua vez como como integradores de disciplinas, na perspectiva de uma profissão determinada ou de interesses comuns convergentes no plano teórico e prático.

Como as profissões refletem de um modo geral demandas específicas do mercado de trabalho e da economia, podem alterar o seu perfil para adaptar-se às novas necessidades da produção e do emprego.

A pós-graduação é a instância na qual se aprofundam e se especializam os estudos teóricos e práticos recebidos na graduação ou na licença pedagógica para o magistério.

Esta estrutura tem suas correspondências nos principais centros universitários do mundo. Esta é a estrutura acadêmica da universidade e, por ser assim, reflete padrões celebrados de universalidade de conhecimentos e de competência reconhecida.

O que as distingue umas das outras são o conteúdo dos programas, a natureza e a importância dos projetos que desenvolve, os equipamentos que utiliza e a qualificação dos seus pesquisadores e professores. Além, naturalmente, dos critérios adotados em um quadro de meritocracia assente.

A função social da universidade, em tais casos, é exercida no plano das habilidades e dos conhecimentos que gera e produz, desenvolve e compartilha. Está é a sua “política”, a sua vocação como Alma Mater da sociedade. Não lhe incumbe banalizar os seus padrões de exigência: não é da sua índole tornar o conhecimento artigo de consumo genérico.

A democratização da universidade resulta do seu poder e da capacidade de que se pode servir para oferecer conhecimentos e habilidades de excelência, sem distinções sociais ou concessões preferenciais, sem prioridades em função da classe social, etnia ou confissão religiosa ou política.

A universidade, vale lembrar, não se apresenta como a única e exclusiva destinatária para a profissionalização de alunos egressos do ensino fundamental e básico. A formação técnica — os Instituto Técnicos Federais, servem de exemplo, bem a propósito — apresentam-se como alternativas com excelentes perspectivas de mercado de emprego.

Sem que se mencione os abundantes recursos corporativos para formação e especialização no âmbito da empresa.

Ao Estado compete, entretanto, organizar e desenvolver a universalização do ensino e da educação de boa qualidade, oferecidas a todas as pessoas consideradas alvo dessas políticas, à altura dos padrões de exigência fixados para ingresso na universidade.

É assim nos países mais desenvolvidos, nos Estados Unidos, na China, na Alemanha, na Inglaterra, na Rússia, na Suécia, por onde a civilização plantou raízes e fez do Conhecimento as armas mais notáveis da sua expansão, do seu poder e da sua riqueza.

Paulo Elpídio de Menezes Neto é cientista político, professor, escritor e ex-reitor da UFC

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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