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“Unir para mudar”

Alexandre Aragão de Albuquerque é escritor e Mestre em Ciência Política

“Nas regiões empobrecidas da cidade a expectativa de vida das pessoas é de até 20 anos menor do que dos indivíduos das regiões abastadas”, aponta o cientista político Alexandre Aragão de Albuquerque. Confira:

Fortaleza com seus 298 anos de fundação apresenta problemas multifacetados e complexos enfrentados por sua população, refletindo desigualdades sociais crônicas e profundas.

Algumas das principais iniquidades concentra-se na disparidade da expectativa de vida entre os cidadãos moradores de bairros pobres e dos bairros ricos. Nas regiões empobrecidas da cidade a expectativa de vida das pessoas é de até 20 anos menor do que dos indivíduos das regiões abastadas.

Por outro lado, conforme os dados do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, elaborado a partir da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2022 mais de 1,5 milhão de pessoas viviam, em Fortaleza, com renda de até R$465,00 por mês, sendo considerado um valor abaixo da linha de pobreza. Além disso, outro grande contingente populacional padece submetido à extrema pobreza, sobrevivendo com R$165,00 mensais.

Não obstante essa escandalosa disparidade social, nos últimos doze anos a cidade apresentou um forte volume de crescimento de construção de condomínios de luxo, verdadeiras ilhas de isolamento da classe dominante da realidade concreta da maioria da população, a qual habita vastas áreas de pobreza do município.

Fortaleza tem a quinta maior população de rua do Brasil, com 8.404 pessoas vivendo fora do lar, o que implica a necessidade imediata de uma política pública robusta para combater a fome, promover alimentação saudável, garantir abrigo acolhedor para essas pessoas que não têm onde morar, em grande parte idosas.

Pesquisa realizada pelo Instituto Fome Zero vem comprovando que com a chegada do governo Lula, o número de pessoas que passam fome no país caiu vertiginosamente em 2023 comparado com o ano de 2022, último ano do governo de extrema-direita. Mas de acordo com este estudo 20 milhões de brasileiros ainda vivem em situação de insegurança alimentar grave, ficando um dia ou mais sem comer. Esses problemas são exacerbados quando se observam o acesso limitado e precário a serviços básicos de saúde, educação e segurança pública que afetam desproporcionalmente os mais pobres.

Em termos de infraestrutura, a mobilidade urbana é considerada como um dos maiores problemas de Fortaleza. O número de veículos particulares aumentou 74,23% na última década, contribuindo significativamente para o problema. Mas, enquanto a vizinha Caucaia já operacionalizou, há alguns anos, uma política de transporte público gratuito para a população trabalhadora, o prefeito Sarto (PDT) continua insensível a esta questão crucial para a classe trabalhadora fortalezense.

Por fim, o saneamento básico também continua sendo uma das grandes causas de tensão da vida dos cidadãos. O índice de atendimento aos domicílios por uma rede geral de esgoto é de apenas 35,21%. Acrescentando-se os fatos de problemas de drenagem, ocupação do solo e ausência de planejamento, aliados às mudanças climáticas, são fatores que contribuem para agravar os alagamentos durante os períodos de chuvas intensas.

No próximo dia 21, duzentos delegados e delegadas, escolhidos entre sete chapas legalmente inscritas no processo de eleição do Partido dos Trabalhadores (PT) ocorrido no último dia 7 de abril, irão debater as teses que alicerçarão as propostas de governo do candidato à Prefeitura de Fortaleza, além de consolidar o nome de EVANDRO LEITÃO como candidato oficial do partido, que obteve 59,26% dos votos dos filiados petistas.

O desafio do PT será o de construir uma unidade capaz de conduzir políticas públicas com profunda incidência na vida da população empobrecida da cidade, visando à diminuição do cenário escandaloso de desigualdade histórica e profunda de Fortaleza. A conferir.

Alexandre Aragão de Albuquerque é escritor e Mestre em Ciência Política

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