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“Vade Retrô” – Por Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é jornalista

“A torcida do Fortaleza não está tendo o direito de espernear contra dirigentes e comissão técnica, em nome de uma dívida sem cláusula de término”, aponta o jornalista Nicolau Araújo

Confira:

Alguém da diretoria do Fortaleza precisa informar o tamanho da dívida que a torcida contraiu com a saída da equipe da Série C do Campeonato Brasileiro para as disputas do G4 do Brasileirão, da Libertadores e vice da Sul-Americana.

Mesmo com os sucessivos vexames da perda do hexacampeonato estadual, de derrotas inéditas para os modestos Altos e Sousa e a recente eliminação da Copa do Brasil, em pleno Castelão, para o igualmente modesto Retrô, a torcida do Fortaleza não está tendo o direito de espernear contra dirigentes e comissão técnica, em nome de uma dívida sem cláusula de término.

A indignação do treinador Juan Pablo Vojvoda, diante do coro das arquibancadas de “time sem-vergonha”, quando o treinador tricolor apontou “duas Libertadores em quatro anos, uma final de Sul-Americana e sempre finalista do Cearense”, mostrou o tamanho da dívida no imaginário de dirigentes, comissão técnica e jogadores.

Como em uma espécie de “permissão para errar” em contratações, “permissão para errar” no esquema de jogo e “permissão para errar” dentro de campo, o atacante Moisés, que chegou a trocar o Fortaleza pelo futebol mexicano e depois retornou ao Pici, ousou em tirar satisfação com torcedores, após a eliminação para o Retrô.

Por certo, a torcida do Fortaleza não mais interessa como principal fator para as despesas milionárias do clube, diante da força de patrocinadores e direitos de transmissão de jogos.

O que Vojvoda, Moisés, Lucero, Pol Fernandes, Titi e outros não sabem é que, nos oito anos de Série C, a torcida nunca abandonou o Fortaleza. Foi estádio lotado contra o Macaé, Sampaio Corrêa, Águia de Marabá e Brasil de Pelotas, em uma relação de paixão entre clube e torcedor, sem dívida.

Alguém da torcida do Fortaleza precisa avisar à diretoria que a história do clube é maior do que qualquer competição. Do que qualquer época ou campeonato…

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (1)

  • E contra o Juventude também lotamos o estádio.
    Brilhante artigo que mostra a desorganização em todos os departamentos.
    Contra os times citados e também contra o CRB vimos um time em campo sem a menor noção do que fazer, completamente desorganizado e após 4 ou 5 meses do início da temporada.
    A diretoria se achou com "permissão" para errar e assim os jogadores também se acharam com esse mesmo direito errando absurdamente em campo, tal como os pênaltis batidos pelo atacante Lucero.

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