“Vale a pena ir às Bienais?” – Por Mirelle Costa

Sim, no plural mesmo. A do Rio de Janeiro aconteceu recentemente e muitos escritores cearenses marcaram presença no evento. Agora, a expectativa é a de Pernambuco, que vai acontecer entre os dias 03 e 12 de outubro de 2025, no Centro de Convenções.

A escritora Anna Andrade pegou um avião no mês passado (passagens compradas com antecedência, tudo bem organizado), e foi bater lá na Bienal do Rio. Em 2023, já havia ido às bienais de São Paulo, Recife e Salvador. “Fiquei no estande da Editora Flyve, a casa dos meus livros. A Bienal do Livro do Rio de Janeiro é de fato a maior do país, pela pluralidade de editoras presentes e a dimensão do evento que é bem maior. O investimento do evento é colossal, envolve uma equipe vasta que está produzindo em massa. É um dos metros quadrados mais caros de bienal em nível de stand. Eu acho que qualquer experiência para o autor é válida, desde que ele não interfira na saúde financeira dele. Eventos de grande proporção têm seu valor, e muitas vezes não estão ligados ao retorno em dinheiro, mas sobre conhecer novas pessoas e abrir os horizontes quanto ao mercado”, orienta a escritora @annaandradeautora, que bateu muito papo com os influenciadores Alec Costa (@umbookaholic), Yasmin (@bruxadecopas), Lukas (@_literap0c) e os escritores: Renan Carvalho, Lucas de Lucca, Mari Veira, Carol Façanha e Claus Bugmann.

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Registros da autora independente, Anna Andrade, com escritores e influenciadores na Bienal do Rio de Janeiro, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho, no Riocentro

Enquanto a nossa Bienal Internacional do Livro do Ceará é totalmente gratuita, para aproveitar a Bienal do Rio você pode desembolsar até oitenta reais por dia, nesse caso, o valor inclui transporte de passageiros em um veículo que leva ao evento. Em Pernambuco, os valores são mais acessíveis, indo de vinte a trinta reais. O Salão do Livro do Piauí é gratuito, bem como a Bienal de Alagoas, explica Alexandre de Almeida, escritor e criador de conteúdo. “No ano passado, em junho, eu tive a oportunidade de ir para o Salão do Livro do Piauí e recomendo demais a experiência. Se o autor/a estiver fazendo também a sua parte, investindo em si mesmo/a, em suas próprias divulgações, vale a pena. Todo evento que acontece no Nordeste é diferente, eu acho. Chamou minha atenção perceber como somos tão plurais em nossa região. Na Bienal de Pernambuco, saí com boas amizades, fiz um networking muito bom, dá pra fazer pontes para possíveis oportunidades de trabalho, conhecer gente nova e descobrir muita coisa. Em São Paulo, por exemplo, não existe todo esse trabalho de curadoria como tem aqui no Ceará, com muitas atrações e temas diferentes. Lá o evento se caracteriza pelos espaços montados pelas editoras, você tem a oportunidade de ver e ouvir os escritores best sellers bem de perto. Pernambuco já tem esse modelo mais parecido com o nosso, com curadoria, mas com espaço bem mais reduzido. Este ano, grandes nomes da produção de conteúdo e da literatura estarão presentes”, explica Alexandre, @estantedoale no Instagram, que partilha abaixo vários registros de suas experiências em bienais pelo Brasil.

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Registro de uma sessão de autógrafos coletiva no estande da Diversa, um coletivo de pequenas editoras montado durante a Bienal de SP/2024 // Arquivo Pessoal

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Registros de lançamento literário no Salão do Livro do Piauí (Salipi)/2024. Fotos de Jhonatan Dourado

Foi a primeira vez que a escritora, atriz e bonequeira Ângela Escudeiro participou da bienal carioca. “Vi como uma oportunidade de expandir minha visão de escritora sobre o mercado e também como escritora independente. Decidi aceitar o convite da Editora Mágico de Oz, “em cima do laço”, pois nunca me havia imaginado em uma bienal de tão grande porte e relevância no cenário nacional. Obviamente, a nossa Bienal Internacional do Livro do Ceará não fica atrás em qualidade e relevância, participei três vezes e a mais recente foi neste ano. Porém, a Bienal do Rio de Janeiro, além de ter vários outros atributos, tem o seu charme incomparável e é gigantesca. Estar ali com uma hora para autógrafos – no Pavilhão 4, estande Z-20 do “Ler Editorial” exclusivo para os meus dois livros “Corte na Artéria” e “Pela Luz das Cores em Sua Alma” foi emocionante. A credencial foi a chave mágica da porta principal para acessar um longo caminho cheio de trilhas, desviando de uma multidão, até conseguir achar o Estande Z. As identificações, que considerei super organizadas, estavam dispostas como se fossem pistas para encontrar um tesouro. E, de repente, um mundo de possibilidades estava ali, ao alcance de minhas mãos de escritora. A experiência veio no tempo certo”, relembra Ângela Escudeiro, que também é diretora, cineasta e produtora cultural.

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Ângela Escudeiro // Foto: Arquivo Pessoal

Às vezes, os planos não dão muito certo, mesmo assim, a gente consegue marcar presença, mesmo sem estar presente fisicamente. Foi o que aconteceu com o escritor independente Denilson Vieira, que programou-se para a viagem, mas não conseguiu realizá-la, mas, pelo menos, os seus livros lá estiveram. “A Uiclap, A Amazon e o Clube de Autores lançaram uma campanha para levar autores e obras para Bienal, sendo através do volume de vendas das lojas virtuais dessas editoras on-demand. Como minhas vendas na Bienal do Ceará e o pós foram expressivas através desses canais, eles me convidaram para participar da Bienal em seus stands. Como eu não pude ir presencialmente, os livros ficaram expostos nas prateleiras dessas editoras e a compra era viabilizada pelo sistema dos totens”, explica Denilson Vieira, autor das obras “Umbanda não tem preço”, “No Caminho da Fé” e “O Despertar”.

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Escritor Denilson Vieira // Foto: Arquivo Pessoal

Tive a oportunidade de dividir um estande na Bienal Internacional do Livro do Ceará e posso afirmar que o Denilson Vieira vendeu bastante e me ensinou muito, pois, pelo menos pra mim, é desafiador demais conquistar o leitor que não conhece minha obra ainda a levar meu livro pra casa. Eu sou jornalista e, por mais de dez anos flanei muito nas ruas da capital cearense com um microfone na mão para saber a opinião das pessoas sobre vários assuntos, mas confesso que estar com o meu livro na mão, em uma grande feira, e atrair a atenção das pessoas ainda é algo que me deixa encabulada. Peguei algumas dicas com o amigo Denilson (hehehe).

Gente, o que percebi na coluna desta semana, ao conversar com escritores que já tiveram a oportunidade de vivenciar o clima das bienais pelo país, é que é muito mais difícil ir sozinho/a. Se você não possui uma relação com nenhuma editora, se o seu livro é totalmente independente, o jeito é fazer contato com quem está indo. Sei que já tem uma turma se organizando para a Bienal de Pernambuco. Fica ligado/a!

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Respostas de 7

  1. Que maravilha saber das bienais! Parabéns e que venha s bienal de Pernambuco pois eu estarei lá.

  2. Muito bom fazer parte desse conteúdo e poder compartilhar experiências de outras bienais Brasil afora. Vamos chegar ainda mais longe!

  3. Parabéns, Mirelle Costa!
    E que coisa linda esse Blog Eliomar.
    Muito importante compartilhar nossas vivências nessas bienais pelo Brasil afora.
    Agradecida!

  4. Estive lá na Bienal e tive o prazer de encontrar várias dessas pessoas!!!

    Ótima matéria!

  5. Considero uma Bienal, espaço aberto e acessível para uma festa literária. Acontece na exposição, o melhor: encontro do leitor com o autor. Exitosa seja cada bienal mundo à fora. Elinalva Oliveira.

  6. Foi um grande privilégio dividir o espaço com a Mirella e os demais amigos!

    Ótima Matéria!

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