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“Vegetação agonizante”

Cenário de fim degestão é... Foto: DP

Com o título “Vegetação agonizante”, eis artigo, em tom de denúncia, de Djalma Pinto, Jurista, escritor e ex-procurador-geral do Estado. Ele lamenta a falta de manutenção da vegetação fincada na Nova Beira-Mar.

Confira:

Festejada por turistas de todo o Brasil como uma das orlas mais bonitas do país, a Beira-mar de Fortaleza incorporou diversas plantas na sua ornamentação. Para mantê-las, carros-pipas eram destinados a aguá-las com frequência para preservação de sua vitalidade.

Essa providência, porém, encerrou-se após as eleições de outubro. A vegetação, por falta de água, agoniza. É um cenário desolador. As folhas murchando, tremulam sinalizando uma melancólica despedida.

Os transeuntes impotentes buscam explicações para o doloroso abandono. Os mais céticos atribuem o descaso ao processo eleitoral encerrado sem sucesso da gestão responsável para manutenção das árvores.

Narrativas à parte, é doloroso constatar a degradação de plantas que, há bem pouco, tremulavam enchendo de encanto e vibração o ambiente, que os brasileiros costumam destacar como deslumbrante.
Se a causa do flagelo dos vegetais tiver relação com o resultado do certamente eleitoral, trata-se de lição amarga por expressar um profundo desapreço pelos bens da coletividade.

Ninguém deve agir contra a cidade. Essa uma lição elementar na educação para a cidadania exigida no art. 205 da Constituição. Os projetos de paisagismo e embelezamento dos espaços públicos não podem sofrer solução de continuidade. Devem ser preservados com o envolvimento de toda a coletividade. São os legados de uma geração para a outra.

Temos um déficit agudo no ensino decorrente da total ausência de preocupação com a qualificação para a governança da Administração Pública. A prevalência das atitudes direcionadas à satisfação das necessidades pessoais, em detrimento da supremacia do interesse coletivo, é uma realidade a ser superada para garantia da prosperidade e do bem-estar de todos.

As plantas agonizando na orla podem estar a emitir um sinal informativo da precariedade das ações para combater a violência e para melhorar a qualidade das escolas disponibilizadas às pessoas mais carentes na nossa sociedade. O desencanto, em qualquer gestão, não pode provocar o suplício das flores.

*Djalma Pinto,

Jurista, autor de livros, entre outros, “Ética na Política”, e ex-procurador-geral do Estado.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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